Timor Lorosae Nação – 23 de Agosto de 2007
por: Gonçalo Tilman Gusmão
“Independência? Mas que independência?”
Os tão falados e refalados rumores - que assolam as sociedades confusas, mal informadas, e analfabetas - crescem como cogumelos mesmo que não se faça quase nada para isso, mas em Timor há quem faça uma força danada para que os rumores passem a verdades de pleno direito, a informação fidedigna e inquestionável.
Muitos o sabem e por isso todo o cuidado é pouco.
Não é sensato ouvir um rumor e não procurar saber sobre a verdade, sobre se na realidade corresponde à notícia de boca em boca que circula por este país.
Não é menos verdade que há rumores que passam a notícia de jornal e passam a verdade não o sendo. Estou a lembrar-me do caso de estupros relatados pelo padre Basílio Maria Ximenes e que não passaram de uma grande mentira que o bispo de Baucau aproveitou e encheu cabeçalhos de jornais e aberturas em rádios e televisões.
Um dos últimos rumores a correr por Timor-Leste, principalmente na região leste e que já chegou a Díli, dá-nos conta do impensável em relação aos militares australianos que supostamente estão cá para garantir a nossa segurança e um curso normal do caminho que empreendemos para a democracia. Mais ainda mais é de esperar desses militares quando sabemos que a ONU, a Unmit, Atul Khare, estão de mãos dadas com eles exactamente para nos darem o apoio necessário na construção do país, livre, independente e democrático – pelo menos é isso que dizem. Pois é, mas o impensável está a acontecer, sendo inútil pôr dúvidas sobre a veracidade de factos narrados pelos habitantes de pelo menos uma dúzia de localidades do leste de Timor. São eles que indignados questionam: "Independência? Mas que independência?"
“ENTÃO É DA FRETILIN E O GOVERNO É CNRT? TEM É DE APOIAR O GOVERNO!”
Assim, com expressões como as deste subtítulo, militares australianos calcorreiam em serviço de porta-a-porta, acompanhados por timorenses interpretes e esporadicamente por um ou outro elemento da PNLT – “que ficam um pouco distanciados” – fazendo a propaganda favorável a Alexandre Gusmão, ao CNRT xananista - “muitos não percebem que o CNRT de que falam é o de Xanana e não o que era de todos” – bem como propagandeando a coligação pós-eleitoral AMP. As abordagens já estão a decorrer há mais de uma semana pelo que é narrado e confirmado em Laga, Cai-Rui, Laleia, Venilale, Vikeke, Watulari e Kelikai, entre outros e são perfeitamente coincidentes. .
Não há dúvidas de quem compõe os grupos porta-a-porta, confirmando-se as nacionalidades mas faltando as identidades…
O que não falta são as certezas sobre a existência de “Amigos de Alex” dispostos a violar regras básicas num país que nos pertence por direito reconhecido pela comunidade internacional após décadas de lutas e milhares de martirizados.
O que falta é capacidade de comando ou vergonha na cara deste novo comandante das tropas australianas, John Hutcheson, brigadeiro vindo do Salomão, do Presidente da República, José Ramos Horta, a partir da denúncia dos factos que parecem terem passado despercebidos à Fretilin… pelo menos até agora.
O assédio organizado verifica-se há quase duas semanas segundo várias declarações coincidentes, muitos de nós sabemos e porque é que o PR disto nada sabe, nada faz… Será por também ser Amigo de Alex?
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