Tradução da Margarida:
AKI – 5 Julho 2007
Dili – Comentando os resultados das eleições legislativas que mostram a Fretilin à frente mas apenas com 29 por cento dos votos, o seu secretário-geral Mari Alkatiri disse à Adnkronos International (AKI): "Estamos a tentar formar uma coligação mas a lei permite-nos formar um governo mesmo se formos minoritários." Com 99 por cento dos votos contados, a Fretilin tem 29 por cento, está à frente do CNRT o partido do antigo presidente Xanana Gusmão que teve 24 por cento. Uma mão cheia de partidos mais pequenos partilha os votos restantes.
Alkatiri sublinhou na entrevista com a AKI que, ao contrário do que tem sido dito, a Constituição não afirma que o partido ou a coligação do governo deva ter 50 mais 1 por cento dos votos, ou 33 dos 65 lugares do parlamento. "A Constituição fala de um partido ou uma coligação mais votada e essa é a Fretilin," disse.
Alguns analistas contudo anotam que caso a Fretilin tome uma postura dura e tente governar sem o apoio de uma coligação, haverá novas eleições dentro de poucos meses.
"A verdade é que a Constituição está longe de ser clara [sobre a maioria necessária para governar] apesar de ser óbvio que a Fretilin tem números para governar," disse um procurador local que pediu para não ser identificado. "O governo precisa de aprovar o Orçamento," continuou. "E se for rejeitado duas vezes, então o presidente deverá dissolveo o parlamento e convocar novas eleições."
Alkatiri não especificou se tem a intenção de promover um governo minoritário se não conseguir obter o apoio necessário para formar uma coligação, que parece altamente provável.
Alkatiri foi deposto do cargo de primeiro-ministro no princípio da violência do ano passado. O seu partido Fretilin, que liderou a luta de 24 anos contra a Indonésia, mantém-se popular mas teve um desempenho pobre nas eleições presidenciais de Abril e Maio ganhas por José Ramos Horta. As eleições aconteceram um ano depois da tensão e violência políticas, desencadeada pelo despedimento de 600 soldados amotinados pelo governo da Fretilin, na qual pelo menos 37 pessoas foram mortas e 150,000 deslocadas.
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