Lusa - 2007-07-04
O major fugitivo Alfredo Reinado e o seu grupo terão salvo-condutos emitido pela Procuradoria-Geral da República (PGR), segundo uma nota enviada às forças de segurança, a que a agência Lusa teve acesso.
Dois tipos de salvo-conduto, renováveis, serão emitidos, um de cor verde para os militares e outro de cor azul para os polícias, consoante a força de origem dos homens que acompanham Alfredo Reinado.
Os salvo-condutos são "a implementação da declaração presidencial feita a 19 de Junho de 2007" por José Ramos Horta, "que declarou claramente o cancelamento de todas as operações militares e policiais feitas contra o major Alfredo Reinado e os seus elementos" nessa data, explica o mesmo documento.
Nesta carta, assinada pelo procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, as várias forças de segurança a operar em Timor-Leste são informadas de que o cancelamento de operações contra o grupo de Alfredo Reinado "é uma decisão conjunta de titulares de alto-nível e de órgãos competentes para a execução de mandatos judiciais".
A carta, a que a Lusa teve acesso, foi endereçada aos comandantes da Polícia das Nações Unidas, Rodolfo Tor, das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), brigadeiro-general Mal Rerden, e ao comandante-interino da Polícia Nacional, Afonso de Jesus."
O portador deste salvo-conduto está garantido a sua liberdade de movimento para o processo de reintegração a instituição de origem" (sic), dispõe o salvo-conduto no verso do cartão, segundo o modelo distribuído pela PGR às forças de segurança.
Os modelos de salvo-conduto trazem a data de 30 de Agosto de 2007 e são assinados por Longuinhos Monteiro "em representação do Estado".
Os salvo-condutos indicam o nome do portador mas não incluem a fotografia do titular e nenhuma disposição é referida quanto ao uso e porte de arma, afirmou à Lusa fonte policial.
Na carta enviada por Longuinhos Monteiro às forças de segurança, com cópia ao ministro do Interior e ao chefe-de-Estado-Maior das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL), o procurador explica que os salvo-condutos serão também emitidos "ao grupo de elementos liderado por `Susar/Garcia"", dois dos homens de confiança de Alfredo Reinado.
Alfredo Reinado foi preso em Julho de 2006 por posse ilegal de material de guerra, numa operação policial em Díli.O ex-comandante da Polícia Militar é objecto de um mandado de detenção passado em meados de Janeiro, quase cinco meses depois da sua fuga da prisão de Becora, a 30 de Agosto de 2006.
No final de Fevereiro de 2007, o grupo de Alfredo Reinado assaltou dois postos de polícia fronteiriça em Maliana, oeste do país, de onde foram levadas pelo menos 17 pistolas-metralhadoras, uniformes e munições. Alfredo Reinado escapou a um ataque das ISF na vila de Same, sudoeste, que provocou quatro baixas entre os seus homens.
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