Jornal de Notícias, 03/07/07
Orlando Castro
A Fretilin mantém vantagem sobre os restantes partidos e coligações nas legislativas de sábado em Timor-Leste, liderando a contagem com 32,8% dos votos, seguida pelo CNRT (23,1%), quando estão contados 195.790 votos (cerca de 40%).
Os resultados são parciais e provisórios, não reflectindo ainda o futuro cenário do Parlamento, que contará com 65 assentos, contra os 88 da anterior legislatura, embora indiciem o sentido da votação.
Atrás da Fretilin, de Francisco "Lu Olo" Guterres e de Mari Alkatiri, surge o Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), de Xanana Gusmão, seguindo-se ASDT/PSD com 16,8%, PD com 11,4%, AD - KOTA/PPT com 3,9%.
Os restantes oito partidos e uma coligação estão com uma votação inferior a 3%, o que inviabilizará a eleição de qualquer deputado.
Se se mantiver a tendência revelada pelos dados até agora conhecidos, a Fretilin perderá a maioria que actualmente tem no Parlamento, não chegando a eleger 30 dos 65 lugares em disputa. Por sua vez o CNRT terá no máximo 20 deputados, o que obrigará o partido de Xanana Gusmão a negociar uma eventual coligação com a ASDT/PSD e com o PD, isto no caso de a Fretilin se recusar - como afirmou na campanha - a formar um governo minoritário ou a coligar-se.
Por apurar está a abstenção que, para o universo de 530 mil eleitores, deverá ser superior à registada nas presidenciais de Abril e Maio, segundo fontes da Comissão Nacional de Eleições (CNE).
As maiores votações na Fretilin, superiores a 50%, verificaram-se nos três distritos do Leste (conhecidos por Lorosae), Viqueque, Baucau e Lautém, os mesmos em que o seu presidente, Francisco Guterres, "Lu Olo", derrotou José Ramos-Horta.
A contagem nacional está atrasada, devido sobretudo ao apuramento distrital em Díli, e CNE apresentou uma repreensão formal aos partidos políticos, na qual condena o seu "comportamento desordeiro".
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