Público, 22.07.2007
Pedro Rosa Mendes
Nos meses em que esteve escondido na montanha, Leandro Isaac afirma ter habitado "numa caverna escolhida pelo povo de Same, usada no tempo da ocupação". Por companhia, "apenas os macacos". E livros, em particular "Ética Política", obra de um jesuíta indonésio que se opunha ao Presidente Suharto.
Desde que se juntou a Reinado, Isaac não teve qualquer contacto com o presidente do parlamento, Francisco Guterres "Lu Olo", também presidente da Fretilin.
"Telefonei--lhe mas ele nunca atendeu". Não tentou nenhum encontro pessoal depois de regressar da montanha. "Não gastaria o meu tempo com um homem que não tem um coração de carne. "Lu Olo" é um homem pequeno com um pequeno coração de pedra".
A Comissão Especial Independente recomendou a investigação de uma eventual responsabilidade criminal de Isaac no ataque à casa do chefe do Estado-Maior das Falintil, há um ano, num dos dias em que foi visto com uma arma na mão. "Era só o que faltava, só por ser deputado não me defender quando tenho meios ao alcance", explica, rindo-se. Leandro Isaac empunhava nessa altura uma espingarda automática Steyr.
P.R.M./Lusa
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