Jornal Nacional Semanário – 09 de Junho de 2007
O Presidente do Partido Congresso Nacional da Reconstrução de Timor (CNRT) lamenta os comentários de militantes de alguns partidos que o acusaram de ser traidor e de dividir o povo.
Afirma que, se fosse traidor não teria reorganizado a luta pela libertação e hoje não viveríamos num país independente.
“Se fosse traidor teria vendido Timor-Leste. Mas o meu desejo era libertar o povo e a Nação para que o povo pudesse viver melhor na era da independência. Por isso, reorganizei a luta através de várias estratégias,” defendeu Xanana.
Xanana falou sobre estes assuntos no seu discurso de campanha no Sub-distrito de Vemasse e Laleia, na segunda-feira (4/6). As declarações de Xanana surgiram como resposta a acusações de militantes de alguns partidos quando fazia campanha em Viqueque.
Xanana afirma que o conflito entre Partidos na actual campanha legislativa é idêntico ao de 1975, em que os militantes de um partido não gostavam de militantes de outros Partidos porque os líderes não os educavam, deixando-os praticar actos de violência.
“Nós os líderes não sabemos educar os nossos militantes. Temos de os consciencializar de que, apesar da diferença de ideias, somos um único povo a viver em democracia. Mas, pelo contrário deixamo-los praticar actos de violência, como em 1975, quando nos perseguíamos e matávamos uns aos outros por considerarmo-nos sermos nós os mais justos, ter as melhores ideias. Fomos radicais,” explicou Xanana aos seus militantes e apoiantes.
Relativamente ao militante do CNRT (Afonso Kudalai) que morreu neste conflito, Xanana considerou-o um herói da democracia e da liberdade.
Falando ainda sobre a antiga geração, Xanana disse que esta, em vez de unir, dividiu o povo como em 1975, destruindo a unidade alcançada durante a ocupação.
Xanana advertiu para não serem demasiados radicais, tornando Timor-Leste propriedade de um indivíduo, que deve ser governado permanentemente por esse indivíduo. Devemos ter consciência de que a luta pela libertação da Nação foi conseguida com o esforço de todo o povo e não apenas de um grupo ou de um indivíduo.
O Presidente Xanana afirma ainda que a resistência foi destruída através de várias estratégias, como a criação das estruturas do CNRM e do CNRT.
Xanana explicou que não foi ele o causador da crise. A crise surgiu devido à incapacidade do Governo da Fretilin em resolver os problemas que surgiram na Instituição F-FDTL em 2002 em Lospalos. E os problemas da PNTL, por estarem demasiado.
“A crise surgiu devido à incapacidade do Governo em resolver os problemas na Instituição F-FDTL desde 2002. Porque o Governo, através do Ministério da Defesa, não soube resolver os problemas e foi-os pondo de lado. No fim incriminam-me a mim, incriminam o Xanana.
Tudo isto aconteceu porque os líderes ficavam agarrados à cadeira do Governo, não querendo procurar a causa fundamental dos problemas e uma solução imediata. Os líderes parecem irracionais, acusa Xanana, recebendo aplausos dos militantes e apoiantes.
Segundo o Presidente do CNRT, o Governo da Fretilin em quem o povo confiou para desenvolver o País, falhou na governação. Na realidade, o povo morreu de fome, morreu magro. Os governantes e as suas famílias vivem bem, esquecendo o sofrimento do povo. O CNRT ergueu-se para salvar a Nação e o Povo.
Hoje em dia o País encontra-se “doente” porque um ou dois líderes pensam que só eles podem governar, que são os mais justos. Portanto, governam com arrogância.
LEMBRA-SE QUE O TRAIDOR PODE TRANSFORMAR SE EM HEROI E O HEROI PARA TRAIDOR.
ResponderEliminarO XANANA NAQUELES TEMPOS NAO E XANANA DE AGORA.