Diário Digital / Lusa
17 de Junho de 2007
O último governador pró-indonésio, do período de ocupação da antiga colónia portuguesa pela Indonésia, Abílio Osório Soares, faleceu este domingo em Kupang, na parte ocidental da ilha (e território indonésio) depois de doença prolongada.
Abílio Osório Soares entrou na política timorense depois da Revolução do 25 de Abril de 1974 e integrou as fileiras do partido pró-indonésio Apodeti.
Abílio Osório Soares terá sido mesmo um elemento-chave para a invasão de Timor-Leste pelas forças da Indonésia em 1975, em pleno período de guerra civil no território.
Durante a ocupação pelas forças de Jacarta, Abílio Osório Soares desempenhou vários cargos políticos até quem em 1992, foi nomeado governador da, então considerada província da Indonésia.
É tido como protector do crescimento das milícias pró-indonésias, em 1999 e acusa da responsabilidade nos massacres de Liquiçá, de Suai e dos ataque às casas de Manuel Carrascalão e do bispo Ximenes Belo, em 1999.
Em 2002, em julgamento do Tribunal Ad Hoc de Direitos Humanos da Indonésia, Abílio Osório Soares foi acusado de crimes contra a humanidade e condenado a três anos de prisão, dos quais apenas cumpriu quatro meses.
Outros documentos e testemunhos apontam que secretamente tenha auxiliado, com alimentos, as milicias pró-independência, em 1977.
«Ele, com o irmão José Fernando (que foi secretário-geral da Apodeti e abatido pela Fretilin ainda antes da invasão da Indonésia), queriam a integração na Indonésia para se unificar Timor e, a longo-prazo, pedir a independência de toda a ilha. Penso que acreditava nisso», afirmou Mário Viegas Carrascalão, antecessor de Abílio Osório Soares no cargo de governador pró-indonésio de Timor-Leste.
As minhas condolências à família enlutada.
ResponderEliminarDeus tenha piedade da sua alma.