quarta-feira, junho 06, 2007

«Não podemos ser reféns do passado», afirma Ramos Horta

Diário Digital / Lusa
05-06-2007 9:44:43

O presidente de Timor-Leste, José Ramos Horta, declarou hoje em Jacarta estar satisfeito com o trabalho da comissão mista sobre a violência de 1999, cujo mandato foi alargado por seis meses por acordo entre os dois países.

«Não podemos ser reféns do passado», afirmou o Presidente da República timorense no Palácio Presidencial, na conferência de imprensa conjunta com o chefe de Estado indonésio, Susilo Bambang Yudhoyono, integrada na visita oficial à Indonésia, a primeira viagem ao estrangeiro desde a posse, em Maio.

«Elogio a coragem, o profissionalismo e a integridade dos comissários dos nossos dois países que tomaram em mãos a tarefa que lhes foi atribuída», afirmou José Ramos Horta sobre a Comissão da Verdade e Amizade (KKP).

«Os nossos dois países concordaram em resolver os nossos problemas passados dentro dos princípios de amizade e da reconciliação e não através da justiça, neste contexto», declarou Susilo Bambang Yudhoyono quando questionado pela Lusa sobre se concorda com as amnistias previstas para os culpados de crimes cometidos em Timor-Leste.

«Foi dentro desse espírito que decidimos criar a KKP para lidar com o assunto», acrescentou o Presidente indonésio.

Um grupo alargado de organizações de direitos humanos pediu recentemente aos dois chefes de Estado que encerrem a KKP, que acusam de não ter nem credibilidade nem legitimidade.

«É óbvio pelo seu mandato e pelo seu desempenho que a KKP não é um mecanismo credível para a procura de justiça nem sequer da verdade sobre os acontecimentos em Timor-Leste em 1999, muito menos entre 1975 e 1999», acusa uma plataforma de 30 organizações timorenses, indonésias e internacionais.

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