Notícias Lusófonas
18 Junho 2007
O Presidente da República timorense afirmou este fim-de-semana no sul do país que não gosta "de ver nenhum timorense com medo e escondido no mato neste momento da Independência", referindo-se ao major Alfredo Reinado e aos peticionários das forças armadas.
José Ramos-Horta deslocou-se sábado e domingo a Same, distrito de Manufahi, no sul do país, onde se encontrou com peticionários das Falintil-Forças de Defesa de Timor-Leste (F-FDTL) e com elementos do grupo do major Alfredo Reinado, segundo um comunicado emitido ao fim do dia de hoje em Díli pela Presidência da República.
O Presidente da República visitou o subdistrito de Mahakidan, numa viagem "que teve também como objectivo encontrar os pobres habitantes das aldeias e os peticionários num diálogo mais aberto".
O major Alfredo Reinado, ex-comandante da Polícia Militar, encontra-se fugido no sul do país desde que as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) tentaram capturá-lo a 03 de Março, numa operação em Same, que deu seguimento a uma ordem dos órgãos de soberania.
Os quase 600 peticionários, que estiveram na origem da crise política e militar de 2006, aguardam que seja resolvida a sua situação, depois de terem sido expulsos das F-FDTL em Março do ano passado.
"À chegada à aldeia de Auberliku, o Presidente e a delegação foram recebidos por chefes tradicionais, autoridades locais e pelas comunidades de cinco aldeias do subdistrito de Alas", informa o comunicado do Palácio das Cinzas.
"O administrador do subdistrito, Longuinhos da Silva, disse, em nome das comunidades, que estavam orgulhosos da visita do chefe de Estado e agradeciam a realização da visita apesar das más condições da estrada".
Esta é a segunda deslocação de José Ramos-Horta a Alas e o Presidente afirmou que "não esquece" aquela área isolada.
"Durante a crise, fiz alguns esforços para criar diálogo entre muitas pessoas de muitas regiões do país para encontrar uma solução para o problema actual", referiu o Presidente.
"Respeito os peticionários e quero resolver os seus problemas", acrescentou Ramos-Horta, que explicou ter mantido "diversos encontros com o comandante das F-FDTL", o brigadeiro-general Taur Matan Ruak, que "mostrou a sua boa-vontade e flexibilidade para apoiar" as ideias do Presidente.
Os bispos de Baucau e Díli, envolvidos nas negociações com os peticionários e Alfredo Reinado, "também mostraram o seu acordo".
Com José Ramos-Horta viajaram até Manufahi Wolgang Weisbrod-Weber, chefe de gabinete de Atul Khare, o representante-especial do secretário-geral das Nações Unidas em Timor-Leste, Longuinhos Monteiro, Procurador-geral da República, e o chefe da Casa Militar da Presidência da República, tenente-coronel João Miranda "Aluc" Descart.
Alfredo Reinado evadiu-se de uma prisão de Díli a 30 de Agosto de 2006. No final de Fevereiro deste ano, os órgãos de soberania timorenses autorizaram uma operação de captura do ex-comandante da Polícia Militar, na sequência do assalto a dois postos de polícia de fronteira no distrito de Maliana, oeste do país.
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