segunda-feira, junho 04, 2007

Membro do CNRT morto em Viqueque

Diário de Notícias, 04/06/07
A coluna de campanha do Congresso Nacional de Reconstrução de Timor-Leste (CNRT), em que participava o ex-presidente Xanana Gusmão, foi ontem obrigada a retirar do distrito de Viqueque para norte, em direcção a Baucau.

Uma fonte da ONU disse à Lusa que a retirada foi decidida depois de incidentes em Viqueque e em Ossú, no centro-leste do país, que causaram pelo menos um morto na caravana do CNRT. Um segurança da campanha do CNRT, Afonso Kudelai, de Ossú, "foi morto à queima-roupa por um elemento não uniformizado e fora de serviço da Polícia Nacional de Timor-Leste" (PNTL), declarou uma fonte oficial da missão das Nações Unidas (UNMIT). O incidente ocorreu cerca das 16 horas (8 horas em Lisboa).

"O polícia acertou primeiro numa perna e depois deu três tiros na cabeça do segurança", relatou à Lusa, minutos após o incidente, Germano da Silva, um dos organizadores da campanha do CNRT em Viqueque.

Posteriormente, a caravana do CNRT foi atacada à chegada a Ossú "e houve mais um rapaz baleado", relataram elementos da campanha. A ONU estava "a investigar a existência de mais dois feridos graves em Ossú" pelas 21 horas (13 em Lisboa).

A coluna do CNRT escoltou o corpo de Afonso Kudelai para Ossú, onde foi entregue à família. O segurança era pai de quatro crianças, segundo elementos do CNRT.

"A situação é muito tensa, apesar da presença da Polícia das Nações Unidas e de tropas australianas" das Forças de Estabilização Internacionais (ISF), descreveu um dos assessores de campanha de Xanana. A coluna do CNRT acabou por deixar Ossú - terra natal do presidente da Fretilin, Francisco Guterres "Lu Olo" -, continuando para norte, em direcção a Baucau, onde Xanana Gusmão esteve há apenas três dias.

A campanha para as legislativas de 30 de Junho teve início a 29 de Maio e tanto o CNRT como a Fretilin escolheram os distritos do Leste para os primeiros dias de comícios. A Fretilin tem forte implantação no distrito de Viqueque, onde "Lu Olo" obteve a 9 de Maio mais do dobro dos votos de José Ramos-Horta.

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