Jornal Nacional Semanário – 24 Junho 2007
O Bispo da Diocese de Baucau, Dom Basílio do Nascimento, afirma que a Igreja será mediadora do diálogo entre as F-FDTL, os peticionários e o Alfredo Reinado, mas o Estado tem de ter um princípio claro, caso contrário irá criar confusão e, no fim, haverá desconfiança entre quem fala.
O Bispo da Diocese de Baucau falou sobre esta questão aos jornalistas, segunda-feira (18/6) no Memorial Hall Díli.
“A Igreja será mediadora do diálogo mas o Estado deve ter um princípio claro porque se não, vamos aumentar a confusão e no fim não haverá confiança entre as partes. Podemos falar, mas temos saber acerca de que assunto e qual o objectivo daquilo que vamos dizer,” diz o Bispo da Diocese de Baucau.
Questionado sobre o facto de, neste momento, o Presidente da República ter feito aproximações a Alfredo, em Same, Dom Basílio explica que a iniciativa do Presidente da República é positiva, mas o importante é aproximarmo-nos uns dos outros para falarmos.
“Seja um pequeno ou grande caso temos que utilizar o ditado “Amigos, amigos, mas o negócio é à parte”. Assim, também “somos amigos mas devemos respeitar a lei” revela o líder máximo da Igreja Católica da Diocese de Baucau.
Portanto, Dom Basílio do Nascimento realça que, neste momento, a posição da Igreja Católica ainda não é clara como mediadora do diálogo entre o Major Alfredo Reinado e as F-FDTL e que ainda não foi oficialmente declarada como tal pelo Governo nem pelo Estado.
Até a data ninguém pediu oficialmente à Igreja para ser mediadora.
A Igreja tem iniciativas que podem ser implementadas para ajudar o processo. Mas isto não é um trabalho da Igreja, é uma contribuição que a Igreja poderá dar segundo as suas possibilidades.
“Penso que para sermos simpáticos com alguém declaramos que Timor não pode continuar a enfrentar problemas. Mas penso que o mais importante é clarificar o estatuto do Alfredo,” declarou o Bispo da Diocese de Baucau.
Explica ainda que “devemos esclarecer o estatuto do Alfredo. Abandonou o quartel, assaltou o Posto da Polícia na fronteira e atacou elementos das F-FDTL em Fatuahi de onde resultaram perdas de vidas. Estas atitudes são consideradas crimes em todo o mundo.
Alguns dizem que o Alfredo é um herói nacional o que deve ser tido em consideração, mas tem de se submeter à Lei.
Admiro o Alfredo, mas neste momento ele tem que cumprir a Lei. Podemos ser amigos mas devemos cumprir a Lei.
Diz o bispo "Abandonou o quartel, assaltou o Posto da Polícia na fronteira e atacou elementos das F-FDTL em Fatuahi de onde resultaram perdas de vidas. Estas atitudes são consideradas crimes em todo o mundo."
ResponderEliminarEsqueceu-se ainda o bispo que o Alfredo estava preso com acusação de posse ilegal de armas e de homicídio e que fugiu da prisão, por isso o seu estatuto é de foragido à justiça.
Ou acha afinal o bispo que não é suficiente o estatuto de foragido à justiça?