sexta-feira, junho 01, 2007

Amado foi a Timor-Leste e não esteve com a GNR

Diário de Notícias – Quinta-feira, 31 de Maio de 2007

Manuel Carlos Freire*

O ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) foi a Díli a 20 de Maio para assistir à posse do Chefe do Estado timorense, Ramos-Horta, mas não visitou nem contactou oficialmente com o destacamento de 220 militares da GNR ali estacionado.

Fonte oficial da Guarda confirmou o episódio ao DN mas desvalorizou o incidente, dizendo apenas que "é estranho" ter-se verificado e que só o gabinete do governante poderá explicar o sucedido.

Outras fontes da Guarda, no entanto, mostraram-se bem mais cáusticas a falar do sucedido, uma vez que Luís Amado "nem visitou as instalações [do subagrupamento Bravo] nem chamou o comandante", capitão Jorge Lobato Barradas. Acresce, segundo uma das fontes, que o ministro até ficou na capital timorense mais tempo do que o previsto devido a um atraso na partida - "e nem assim teve tempo para os ver".

Aqueles militares "estão longe do país" e num ambiente operacional hostil. "Mandaram-nos para lá. Dá um certo alento" receber a visita de um representante do Estado, ainda para mais com as responsabilidades políticas de Luís Amado. "Naturalmente que ficaram chocados e irritados", assinalou outra fonte.

Recorde-se que o próprio poder político reconhece a importância que os militares dão a esses gestos simbólicos e o efeito que têm na moral de quem está longe e a representar Portugal - incluindo o próprio Luís Amado, que, como ministro da Defesa, foi ao estrangeiro para visitar expressamente as tropas portuguesas. Há cerca um ano, o próprio Presidente da República, Cavaco Silva, decidiu, como primeiro acto público enquanto Comandante Supremo das Forças Armadas, visitar as tropas estacionadas no Kosovo e na Bósnia.

Contactada pelo DN, a porta-voz do MNE afirma que Luís Amado encontrou-se com o comandante do destacamento da GNR, e com outros agentes, mas que não aceitou o convite para visitar as instalações "por falta de tempo".

"O ministro chegou a Timor domingo, dormiu uma noite e veio embora na manhã seguinte. Foi apenas à cerimónia da posse. Encontrou-se com Ramos-Horta e com o comandante da Guarda". A questão, para a GNR, é que esse não foi um encontro institucional, como é tradição sempre que um governante português vai as lugares onde estão militares portugueses estacionados.

A porta-voz acrescentou que Luís Amado tinha, na terça-feira, "uma reunião às 11 da manhã e veio directamente do aeroporto para o Ministério". "O ministro não teve, humanamente, tempo para visitar as instalações" da GNR, afirmou ao DN.*com A.S.L.

NOTA DE RODAPÉ:

Estas críticas são ridículas. Os Bravos em Timor-Leste não ficam "chocados" ou "irritados" porque um ministro não tem agenda para os visitar "institucionalmente".

Mais parecem dores de outros a tentar desfazer nos nossos Bravos...

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