Jornal de Notícias, 17/05/07
Díli, em Timor-Leste, é o balanço de mais um dia de confrontos feito pelo inspector Mateus Fernandes à Efe e que faz recear o ressurgimento da violência. A UNPol contraria alegações de uma "orgia de violência" contra apoiantes da Fretilin, como defende o partido que apoiou "Lu Olo".
Arsénio Bano, ministro e membro da Comissão Política da Fretilin, insistiu que os seus apoiantes "estão a ser atacados e intimidados por todo o país", na sequência da vitória de José Ramos-Horta nas eleições presidenciais, falando mesmo de uma "orgia de violência" comemorativa.
Arsénio Bano declarou também, em comunicado emitido pelo partido, que as casas destruídas no Bairro Pité são de apoiantes da Fretilin e que "a Polícia das Nações Unidas confirmou que os incidentes foram politicamente motivados".
Reagindo a estas acusações, fonte oficial da UNPol declarou que "não há qualquer base para essa acusação".
"De todas as explicações dadas no local pela população nenhuma tinha motivação política", vincou a mesma fonte.
Arsénio Bano apoia-se no facto de o Bairro Pité "não ser uma área da Fretilin" e de nas eleições presidenciais "ter votado em força em José Ramos-Horta". No entanto, a informação oficial das Nações Unidas não refere qualquer ligação partidária de atacantes ou de vítimas.
Os dois incidentes obrigaram à intervenção das forças autónomas de Polícia da Malásia e da de Portugal (com militares da GNR), apoiados por meios das Forças de Estabilização Internacionais. "As pessoas que cometem actos criminosos serão tratadas como criminosos pela Polícia", declarou o representante especial do secretário-geral da ONU em Timor-Leste.
"Não serão toleradas alegações de motivação política no seguimento das eleições da semana passada", acrescentou Atul Khare.
Enquanto isso, o Parlamento aprovou uma alteração da lei eleitoral para as legislativas, introduzindo mudanças no local de contagem e no conteúdo do boletim de voto.
Com a alteração, é eliminada a contagem em cada estação de voto, como aconteceu nas presidenciais, e estabelecida a contagem "nas respectivas sedes dos distritos". A contagem passa a ser feita pela assembleia de apuramento distrital imediatamente à chegada das urnas. Outra alteração aprovada pelo Parlamento é relativa ao boletim de voto, onde não constará, depois de debatida essa hipótese, a fotografia do cabeça-de-lista de cada partido ou coligação.
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