Correio da Manhã, 2007-05-11 - 00:00:00
Vou sarar feridas e unir o povo
José Ramos-Horta já fala como presidente de Timor-Leste. Ontem, menos de meia hora depois de a Comissão Nacional de Eleições ter anunciado os resultados provisórios das eleições de quarta-feira – que lhe dão uma maioria esmagadora – o candidato vencedor prometeu unir o povo, sarar as feridas dos conflitos recentes e trabalhar em favor dos pobres. É uma nova etapa para os timorenses, que vêem renascer a esperança no futuro.
“Vou honrar os compromissos assumidos, sarar as feridas e unir o povo”, assegurou o ex-primeiro-ministro timorense, salientando que se tratou de uma vitória da democracia. O candidato vencedor agradeceu ao povo, aos partidos políticos e ao seu eleitorado. Depois de prestar homenagem ao seu opositor, Francisco Guterres ’Lu Olo’, e à Fretilin pelo que considerou ser “uma campanha bem conduzida”, Ramos-Horta deixou a promessa de “trabalhar seriamente com todos os partidos para estabilizar o país e resolver algumas questões prioritárias”. Nestas incluiu a segurança e o trabalho em favor dos pobres.
Refira-se que quando estavam contados cerca de 90% dos votos Ramos-Horta somava 73%, contra somente 27% do adversário. O novo presidente deverá assumir funções no próximo dia 20.
A ONU congratulou-se com o facto de a votação ter decorrido sem incidentes violentos.
AMADO SAÚDA VENCEDOR
Reagindo aos resultados provisórios, o ministro português dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, saudou a previsível vitória de Ramos-Horta, que considerou “um bom sinal de normalização da vida política no país”.
Entretanto, o Tribunal de Recurso de Timor-Leste confirmou a pena de sete anos e meio aplicada ao ex-ministro do Interior Rogério Lobato por quatro crimes de homicídio. Frente à casa de Lobato (em prisão domiciliária) estava uma equipa do subagrupamento Bravo da GNR e a polícia da ONU.
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