Díli, 17 Mai (Lusa) - O nível de corrupção em Timor-Leste existe apenas em "pequena escala", não sendo igual ao de outros países do Sudeste Asiático, assinala um relatório apresentado hoje pela organização não- governamental timorense LABEH.
"Existe corrupção em pequena escala, talvez porque não há muito dinheiro" no país, afirmou à Lusa Cristopher Henry Samson, director da organização LABEH (Lalenok ba Ema Hotu, "Um Espelho para o Povo").
O relatório hoje apresentado pela LABEH, perante o primeiro-ministro cessante José Ramos-Horta, cobre os primeiros cinco anos de independência do país e apresenta uma lista de casos (cerca de 40) que a organização pediu à Procuradoria-Geral da República e à Provedoria de Direitos Humanos e de Justiça para investigar.
"Temos algumas indicações de corrupção em alguns ministérios e preocupa-nos que não foi feito tudo o que se podia, sobretudo a nível judicial", declarou o director da LABEH.
"Os responsáveis deviam pelo menos ser questionados para que o público saiba o que se passa", acrescentou Christopher Henry Samson.
A falta de acção das instâncias judiciais é uma preocupação central do relatório de corrupção da LABEH, e várias das recomendações são dirigidas à PGR e ao Provedor de Justiça, bem como ao Inspector-Geral do Estado timorense.
"Por vezes alguém diz, desculpando a corrupção, que 'é a nossa cultura'. Não, não é, e precisamos de a combater", afirmou o responsável da LABEH.
Os casos detectados pela organização "referem-se sobretudo a colusão e nepotismo, do género de alguém atribuir um contrato a uma pessoa da sua confiança, sem seguir as regras legais. Não é tanto uma corrupção financeira. Não detectámos grandes desvios de dinheiro, ou grandes desfalques", explicou Christopher Henry Samson.
"Este relatório é o mais justo. Não é agressivo", concluiu o director da LABEH.
PRM-Lusa/Fim
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