Primeiro de Janeiro – Segunda-feira, 7 de Maio de 2007
José Ramos-Horta afirmou ontem que “a vitória está garantida” nas eleições presidenciais de quarta-feira com a amplitude de apoios demonstrada no comício final da sua candidatura. Por seu lado, «Lu Olo» acusou o Nobel da Paz de não fazer nada pelos pobres e vulneráveis.
“Eu julgo que a vitória está garantida, mas não estou super-preocupado com isso”, afirmou ontem José Ramos-Horta no comício final, em Díli.
O Presidente da República, Xanana Gusmão, três candidatos derrotados na primeira volta e representantes de outros dois, além de líderes de quase toda a oposição ao partido maioritário Fretilin estiveram presentes no comício do candidato independente à segunda volta das presidenciais timorenses que se realizam na próxima quarta-feira.
Ramos-Horta defronta o candidato da Fretilin e presidente do Parlamento, Francisco Guterres «Lu Olo», o mais votado na primeira volta das presidenciais timorenses de 9 de Abril passado.
“Se o outro candidato vencer é a democracia que vence e o que é preciso é que haja paz e estabilidade no país”, declarou Ramos-Horta.
“Em termos de capacidade, de possibilidade de unir este povo, nas mais variadas tendências, creio que eu tenho alguma vantagem, porque não estou ligado a um partido já há muitos anos”, disse quando questionado sobre o que dividia a sua candidatura da de «Lu Olo».
“Mesmo com a Fretilin – não a Fretilin Mudança, mas a Fretilin ligada a Mari Alkatiri e «Lu Olo» – tenho muito apoio dentro do partido”, declarou.
No discurso de fim de campanha, Ramos-Horta declarou que “a Fretilin é um grande partido, um partido histórico, fundado por Nicolau Lobato, sobre quem nos temos que curvar e respeitar”.
“Muitas pessoas da Fretilin deram a vida à Nação e hoje, mesmo que não concorde com a Fretilin, tenho que respeitar Nicolau Lobato e quem deu a vida para servir o povo”, afirmou o candidato, que foi um dos fundadores da Fretilin em 1975 e abandonou o partido em 1989.
Numa intervenção de meia hora, Ramos-Horta acusou de novo o partido maioritário de intimidar e agredir pessoas durante a campanha eleitoral.
Por seu lado, o candidato da Fretilin às presidenciais timorenses apelou ao povo para “não trocar um trabalho de cinco anos” do seu partido pelas “promessas vazias de pessoas que não deram provas”, referindo-se a Ramos-Horta.
Sem mencionar uma única vez na sua declaração o nome do seu adversário, «Lu Olo» quis sublinhar diferenças para o Nobel da Paz e criticou o facto de Ramos-Horta se apresentar “como defensor dos pobres” e atacar a “Fretilin por não ter feito nada pelos pobres e vulneráveis”.
ISF - Mais críticas
A Fretilin emitiu um comunicado do representante do candidato, José Fernandes, onde são acusadas as Forças de Estabilização Internacionais (ISF) estacionadas em Timor-Leste de terem “interrompido dois comícios da Fretilin” de apoio ao candidato presidencial. “Os militares australianos agiram de forma brutal e de maneira intimidatória contra os nossos apoiantes”, disse ao salientar que durante os dois comícios, nos passados dias 3 em Ainaro e a 5 em Díli, foram utilizados helicópteros, tanques de guerra e forças armadas. As ISF refutaram no último sábado estar a dar qualquer apoio à campanha de Ramos-Horta em detrimento do candidato da Fretilin como acusa aquele partido político.
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