H. Correia deixou um novo comentário na sua mensagem "Xanana Gusmão compara situação no país ao pós 25 A...":
IMPORTA-SE DE REPETIR?
"Xanana Gusmão recordou que antes do 24 de Abril de 1974 os timorenses eram todos amigos e saudavam-se na rua".
Isso é verdade. Mas o que quer Xanana dizer com isto? Que o Salazar é que tinha razão quando era contra os partidos? Que Timor devia voltar a ser português? Que esta coisa dos partidos "é muito moderno para Timor-Leste"?
Então e diz isto no Congresso de um novo partido fundado por ele?
Não percebi...
Eu explico-te, Malai Azul.
ResponderEliminarO que Xanana disse é claro e óbvio. Só deixa dúvidas a quem não quer entender.
Xanana lembra que, quando o poder estava nas mãos dos opressores, os Timorenses respeitavam-se. Não guerreavam.
Hoje, passados mais de 30 anos, quando o poder está em saldo, muitos o querem e manietam quem podem para o conseguir.
Xanana pode até estar a dar um tiro no pé com esta afirmação, mas muitos dançam a mesma musica...
Cuidado, Malai. O poder pode destruir relações fraternas. Não odeies, discorda. Não lutes, dialoga.
Mane: se era como diz explique-me então s.f.f. porque é que até Março do ano passado os Timorenses se respeitavam quando se tinham visto livres dos opressores em 1999, isto é já há sete anos? E quando já tinham partidos legalizados desde 2001, isto é desde há cinco anos?
ResponderEliminarEu acho que o H. Correia levantou um ponto muito importante e que é a incongruência aparente entre a insinuação salazarenta e anti-democrática de Xanana de que todos os males vêem dos partidos e que para haver sossego não deve haver partidos e o facto de ter dito isto na fundação do partido dele.
E acho muito grave tais afirmações do Xanana, pois parece-me que está a mandar o recado de que depois de ter o partido dele já não são necessários os outros, o que aliás é a tentação de todos os ditadores. Como aliás aconteceu com Salazar: quando ocupou o poder imediatamente proibiu todos os partidos (e até com sindicatos e associações) mas entretanto fundou o seu partido único a tristemente célebre União Nacional.
O que temos de reconhecer é que os partidos não criam divisões pois os partidos limitam-se a organizar partes da sociedade que naturalmente está dividida. Os partidos são associações voluntárias de cidadãos que têm em comum determinadas ideias e que defendem determinados interesses da parte dessas sociedades que eles representam.
E por isso mesmo as eleições servem para escolher quem vai governar (governo), legislar (parlamento) ou representar (presidente) essa mesma sociedade e quem tiver mais votos é que vai.
O que aconteceu em Timor-Leste no ano passado foi uma minoria ter derrubado quem a maioria tinha escolhido, sem ter legitimidade para o fazer. Porque numa democracia (como é Timor-Leste) é nos parlamentos que os governos caem, não é com agitação nas ruas e com ordens ilegais e ilegítimas do Presidente. O que o Xanana no ano passado fez com o Horta foi anti-democrático foi um golpe de Estado e isso é inadmissível, foi isso que criou ódios, divisões, agitações e violências e isso não deve tornar a acontecer.
Eu não sou obrigada nem a gostar nem a dialogar com ninguém mas sou obrigada a respeitar quem ganha as eleições e isso nem Horta nem Xanana fizeram.