terça-feira, abril 24, 2007

Timor: Reinado disponível para ficar em prisão domiciliária

Diário Digital / Lusa
23-04-2007 14:40:09

O major rebelde Alfredo Reinado, procurado pelas autoridades de Timor-Leste, está disponível para ficar em prisão domiciliária, disse hoje à Lusa um dos seus advogados.

A mesma fonte adiantou que a equipa de advogados do militar rebelde já se reuniu duas vezes com as forças internacionais e representantes dos gabinetes do primeiro-ministro e presidente da República de Timor-Leste.

«Mantivemos duas reuniões informais de diálogo em que foi manifestado o desejo do primeiro-ministro em estabelecer diálogo com o major Alfredo Reinado através da Igreja Católica, o que consideramos um passo positivo mas até agora sem consequências», disse a fonte contactada pela Lusa em Díli.

A mesma fonte acrescentou que o «diálogo com Alfredo Reinado está dependente das garantias que forem dadas para assegurar a vida do major, bem como de uma investigação justa e imparcial ao caso em que está envolvido».

«O major Reinado está ansioso por uma solução pacífica para o seu caso e já propôs ficar em prisão domiciliária à espera da investigação e guardado por forças internacionais que não estejam envolvidas nas operações de busca, a Austrália e Nova Zelândia», acrescentou.

A fonte disse ainda que Alfredo Reinado, evadido da cadeia de Becora, na capital timorense, a 30 de Agosto de 2006, «está disponível para regressar de imediato a Díli logo que estejam garantidas por escrito as condições necessárias à sua segurança e dos homens que continuam com ele».

Nos últimos dias, circulam informações em Díli de que o primeiro-ministro, José Ramos-Horta, terá pedido às forças internacionais para suspenderem as buscas a Alfredo Reinado, mas fonte das polícias estrangeiras estacionadas em Timor-Leste garantiu à Lusa «não existir qualquer documento oficial que ponha fim às buscas».

«Enquanto não nos for solicitado oficialmente a suspensão da operação, vamos continuar a trabalhar como fizemos até agora», disse uma fonte das forças internacionais.

Alfredo Reinado é o principal rosto da rebelião no seio das Forças de Defesa de Timor-Leste (FDTL), que mergulhou o país numa crise política e militar em Abril e Maio do ano passado e conduziu à demissão do então primeiro-ministro, Mari Alkatiri.

O major Reinado foi preso em Julho em Díli por posse ilegal de material de guerra, durante uma busca de rotina da GNR a três residências.

Reinado esteve detido na prisão de Becora, em Díli, de onde se evadiu um mês depois, a 30 de Agosto.

1 comentário:

  1. "bem como de uma investigação justa e imparcial ao caso em que está envolvido"???
    Há alguma dúvida que as decisões judiciais que foram tomadas contra o Reinado foram imparciais?
    É claro que esta nova "justiça e imparcialidade" será a contento do Reinado.
    Que o digam:
    A FDTL com a deserção do Reinado, em especial o General Taur.
    O tenente-coronel Falur que foi emboscado.
    A Procuradoria-geral da República na pessoa do Longuinhos, com quem o Reinado se recusou a falar.
    Eu cá se fosse ao Reinado mandava suspender as eleições e candidatava-me na segunda volta. Quase de certeza, como é de inteira justiça, ganhava. Dois apois já estavam garantidos: o do Xanana e o do ramos Horta.

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