segunda-feira, abril 09, 2007

Timor-Leste/Eleições: Instabilidade preocupa timorenses em Portugal

Lisboa, 08 Abr (LusaTV) - A desestabilização da situação em Timor-Leste é a maior preocupação dos timorenses que vivem "fora", mas a esperança na reconstrução do país é sentimento comum a todos os que escolheram Portugal como destino.

Uma esperança revelada pela voz de José Jerónimo, presidente da associação para timorenses APARATI que vive em Portugal há 40 anos, ainda a terra onde nasceu não tinha sido ocupada pelos indonésios.

Livre desde 2002, Timor-Leste é palco segunda-feira, 09 de Abril, das primeiras eleições presidenciais desde a independência.

Apesar da distância, física e temporal, José Jerónimo confessou à Lusa acompanhar com atenção a situação em Timor-Leste "pela televisão".
Sobre as expectativas face a um escrutínio livre, o presidente da APARATI mostrou-se confiante na decisão do "povo, que embora não seja muito alfabetizado, sabe o que quer, mas sente uma certa pressão política interna".
No entanto, José Jerónimo acredita que "o povo vai saber escolher o 'fiel da balança', o agitador de consciências, capaz de alcançar a paz e a tranquilidade para a reconstrução".

Também Manuel Caldas, um dos líderes da comunidade timorense radicada em Portugal, não escondeu a tristeza que sente ao acompanhar "a desestabilização da situação no território".

A viver em Lisboa há 18 anos, Manuel Caldas considerou que "ainda não é altura para a construção de um país livre", lamentando que os 25 anos de ocupação indonésia tenham resultado na criação de uma nova geração com uma única cultura: "a cultura da própria violência".

Referindo-se aos oito candidatos que concorrem às presidenciais de segunda-feira, Manuel Caldas diz apenas que "não vejo nenhum dos candidatos com a capacidade" de levantar o país.

Criada há cerca de seis anos, a APARATI, sedeada nas Olaias, em Lisboa, divulga a cultura de Timor-Leste em Portugal, ajuda na integração dos timorenses e apoia os estudantes.

A APARATI dá ainda continuidade ao projecto de reconhecimento dos direitos dos antigos funcionários timorenses durante a administração portuguesa.
A associação estima que residam actualmente em Portugal perto de 2.000 timorenses.

SMS-LusaTV/Fim

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