quinta-feira, abril 12, 2007

Timor: Alkatiri satisfeito com resultados, mas esperava melhor

Diário Digital / Lusa 11-04-2007 17:12:23

O secretário-geral da FRETILIN, Mari Alkatiri, manifestou-se hoje muito satisfeito pelo resultado conseguido pelo candidato às eleições presidenciais, apoiado pelo partido, admitindo no entanto que esperava melhor.

«Tínhamos uma expectativa mais alta e acreditávamos que poderíamos ter mais apoio na primeira volta, mas as eleições são assim», disse Mari Alkatiri, num contacto telefónico com a agência Lusa.

«Não podemos esquecer-nos também de que isto foi uma luta de todos contra um e de um contra todos onde a FRETILIN demonstrou que continua a ter apoio popular», disse.
Mari Alkatiri rejeitou acusações de manipulações de resultados, considerando «muito infantil» a queixa apresentada por cinco candidatos e criticando os comentários «tendenciosos» do porta-voz da Comissão Nacional de Eleições (CNE), o padre Martinho Gusmão.

Cinco candidatos às presidenciais timorenses exigiram hoje em Díli o «congelamento imediato da contagem dos votos», denunciando um clima de «intimidação e terror» durante a votação.
«Estavam a querer manipular as coisas a pensar que podiam fazer milagres», disse Mari Alkatiri, que se referiu à elevada abstenção, que estimou em cerca de 200 mil eleitores, de mais de 522.000 eleitores recenseados.

O secretário-geral da FRETILIN criticou ainda o facto de a forma como os resultados têm sido divulgados ter condicionado as análises iniciais.

«Fomos acusados de que não iríamos aceitar os resultados. Mas o que tivemos foi o porta-voz da CNE a provocar, anunciando apenas os resultados a favor do Ramos-Horta e de Lasama», disse.
Segundo Mari Alkatiri, o porta-voz «congelou resultados favoráveis ao «Lu-Olo» (candidato apoiado pela FRETILIN) e eles deixaram-se enganar por isso».

«Depois, já na fase final, quando se percebeu que o «Lu-Olo» estava à frente, eles tomam esta atitude muito infantil de disputar os resultados. É surpreendente porque dois deles são juristas e deputados e sabem que há procedimentos a seguir», afirmou.

Relativamente à segunda volta, afirmou que a FRETILIN terá uma estratégia de «trabalhar na base» sem grandes comícios.

Mari Alkatiri rejeita igualmente a teoria de que os apoiantes dos candidatos derrotados na primeira volta se juntem no apoio ao adversário Francisco Guterres «Lu-Olo».

«Isto não é uma coisa orgânica. Só porque os candidatos se juntam, não quer dizer que os apoiantes se juntem. E podemos ainda trabalhar junto da abstenção», disse.

Em Timor-Leste, a primeira volta das eleições presidenciais decorreu no passado dia 9 e, com cerca de 70% dos votos contados, vai à frente o candidato Francisco Guterres «Lu-Olo», apoiado pela Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (FRETILIN).

Em segundo lugar está o Nobel da Paz José Ramos-Horta, apoiado por dissidentes da FRETILIN e várias forças políticas, nomeadamente o Congresso Nacional da Resistência Timorense (CNRT) e a União Nacional Democrática da Resistência Timorense (UNDERTIM).

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