segunda-feira, abril 30, 2007
Refugiados do hospital prejudicam assistência aos doentes
Díli, 30 Abr (Lusa) - Os cerca de 5.600 refugiados timorenses que se encontram nos jardins do Hospital Nacional Guido Valadas, em Díli, "estão a prejudicar" o trabalho dos profissionais de saúde e o descanso dos doentes, disse hoje o director-geral daquela unidade hospitalar.
"Sem dúvida que prejudicam a actividade do Hospital porque causam muitos problemas quando ficam bêbados e andam pelas enfermarias aos pontapés e ameaçam familiares de doentes, enfermeiros e médicos no banco de urgência", afirmou António Caleres à agência Lusa.
O mesmo responsável, que domingo acompanhou uma visita do candidato presidencial da Fretilin aos doentes que estão internados nos vários pavilhões do hospital, acrescentou também que se os refugiados continuarem nos jardins do hospital "as condições de trabalho e assistência aos doentes irão manter-se muito difíceis".
"Deviam colocar estas pessoas num local provisório até que lhes fosse possível regressar às suas casas", sublinhou António Caleres que refere que durante o dia o campo de refugiados improvisado no hospital não tem muita gente, que apenas ali regressa à noite.
Milhares de pessoas continuam alojadas em campos de refugiados em vários locais da capital timorense depois de terem procurado abrigo aquando da instabilidade de segurança que teve lugar em Timor-Leste a partir de Abril de 2006, mantendo-se muitas famílias nos campos porque em muitos casos já não possuem casas, entretanto queimadas.
Quem andar nas instalações do Hospital Guido Valadares, cuja construção é térrea e intervalada com pequenos jardins entre os diversos pavilhões do hospital, encontra tendas de campanha, lojas informais muito comuns nos campos de refugiados e até animais, como porcos e galinhas, à solta no local.
Sem condições mínimas de habitabilidade, os refugiados acendem fogueiras para cozinhar e ocupam os poucos espaços livres existentes para se instalarem.
JCS-Lusa/fim
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