sexta-feira, abril 20, 2007

Lu-Olo e Ramos-Horta na segunda volta em Timor

Público – 19 de Abril de 2007

19.04.2007

Acusações mútuas entre os dois candidatos mais votados marcaram o anúncio, ontem, em Díli, dos resultados finais provisórios da primeira volta das eleições presidenciais em Timor-Leste. Os números avançados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), a serem confirmados, como se esperava, pelo Tribunal de Recurso do país, colocam frente a frente, no próximo dia 9 de Maio, duas das três mais altas figuras do Estado: Francisco Guterres, Lu-Olo, presidente do Parlamento Nacional, apoiado pela Fretilin, com 112.666 votos (27,89 por cento); e José Ramos-Horta, independente, mas chefe de um governo com apoio parlamentar da mesma Fretilin, com 88.102 votos (21,81 por cento).

Reagindo de forma vigorosa às afirmações de Ramos-Horta, para quem, caso Lu Olo vença, "as relações de Timor-Leste com os países da região serão enfraquecidas", o candidato da Fretilin retorquiu que as relações entre os países "não se baseiam apenas em ter amigos pessoais. Baseiam-se em Estados e nas instituições interagindo entre elas".

Fernando Araújo, Lasama, líder do Partido Democrático (PD), a força com a maior representação no Parlamento depois da Fretilin, ficou em terceiro lugar, seguido por Francisco Xavier do Amaral, Lúcia Lobato, Manuel Tilman, Avelino Coelho e João Carrascalão.

Votaram nas eleições, cujo processo de apuramento demorou mais de uma semana e foi atravessado por acusações cruzadas de irregularidades, 427.712 pessoas, o que traduz uma abstenção de 18,21 por cento.

O secretário-geral da Fretilin e antecessor de Ramos-Horta no Governo, Mari Alkatiri, assegurou há três dias, numa entrevista ao diário indonésio Jakarta Post, que o seu partido não iniciará a violência, se Ramos-Horta ganhar. Pelo contrário, "tentará cooperar", apesar de estar convencido de que o prémio Nobel "será pior do que Xanana Gusmão naquele lugar", acrescentou Alkatiri.

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