quinta-feira, abril 19, 2007

Blog João Carrascalão Para Presidente - Terça-feira, 17 de Abril de 2007

É grave o que está a acontecer à volta da contagem de votos das eleições presidenciais. Optámos pelo silêncio. Apenas a titulo de informação, juntamos cópia de carta enviada pelo mandatário nacional, Nazário Tilman de Andrade e pela presidente da Comissão Independente, Benvinda de Oliveira, a quem de direito.

“ Dr. Faustino Cardoso, Presidente da CNE/Comissão Nacional de Eleições
Dr. Tomás Cabral, Director dos STAE/Serviço Técnico de Apoio Eleitoral
c/c Órgãos de Comunicação Social

De: Serviços de Candidatura de João Viegas Carrascalão
Díli, 15 de Abril de 2007
Exmo. Senhor,
Temos acompanhado com crescente preocupação a contagem de votos da eleição para a Presidência da República realizada no passado dia 9 de Abril.

Em obediência aos nossos princípios democráticos e seguindo o exemplo do candidato João Viegas Carrascalão, cuja conduta calma, isenta e educada se tornou bem conhecida durante toda a campanha eleitoral, temos acompanhado a evolução da difusão de dados eleitorais mantendo a máxima discrição, por a considerarmos necessária para que a contagem de votos se faça em ambiente de tranquilidade.

No entanto, acompanhamos a evolução do processo e todos os dias somos informados, através das conferências de imprensa da CNE, de que o processo eleitoral enferma de irregularidades várias.
Constatámos também que a publicação de dados provisórios prevista para hoje, dia 15 de Abril, foi adiada, por razões que têm a ver directamente com as graves irregularidades encontradas. Não temos, hoje, quaisquer dúvidas de que algo de errado está a acontecer, uma vez que os votos expressos, em particular no nosso candidato, não correspondem à realidade.
Não é crível que o patamar mínimo obtido pelo nosso candidato em Díli, Manatuto, Liquiçá, Ermera, Maliana ou Ainaro corresponda à realidade, conhecidas que são as tendências políticas históricas desses distritos que se prendem directamente com a representatividade do nosso candidato. Para tanto, basta consultar o número de proponentes desses distritos para a sua candidatura.

A sucessão de irregularidades que se vão tornando conhecidas em todo o país não tem merecido, a nosso ver, a devida atenção da CNE. Consideramos que a falta de uma atitude responsável dos serviços competentes e consequente decisão tomada a tempo originou o actual estado de coisas. A banalização dos acontecimentos graves ocorridos na contagem dos votos é um sintoma de que as instituições deste país começam por achar natural a distorção da verdade; o encobrimento dos possíveis culpados por esta sucessão de irregularidades representa um sério revés para a democracia em Timor-Leste.

Não pode nem deve permanecer a ideia de que os serviços competentes do Estado estão a colaborar com os prevaricadores.

Não somos nem queremos ser parte desta farsa; menos ainda pretendemos que nos confundam com os farsantes que, irresponsavelmente, arrastam desta forma o nome do país para o lodo e desrespeitam o povo timorense.

Trabalhámos dentro dos limites da ética, do rigor e da verdade com o objectivo de levar a bom fim a candidatura do Eng.º João Viegas Carrascalão.

Cumprimos todos os requisitos necessários para a sã convivência democrática, limitando-nos a difundir a nossa mensagem, respeitando todos os candidatos e todas as tendências políticas.
Por isso, assistimos com muita preocupação o rumo dos acontecimentos.

Entendemos também ser dever de todos nós, timorenses, zelar pela observância da Democracia que, queremos, seja uma realidade em Timor-Leste. Mas, para tal, é também preciso que o país encontre a calma essencial para que os dois actos eleitorais que se seguem decorram com normalidade.
É fundamental que os adversários políticos se compenetrem que, no jogo democrático, há vencedores e vencidos, para o que também é indispensável que o processo eleitoral seja transparente, limpo, verdadeiramente democrático.

A tarefa de assegurar eleições justas, livres, isentas, transparentes, cabe, por inteiro, aos serviços do Estado com competência para tal. Por isso, exortamos a CNE e os STAE a cumprir com as respectivas responsabilidades, zelando pela transparência e rigor dos actos eleitorais, tomando corajosamente a defesa da Democracia, denunciando os fautores das irregularidades ocorridas neste processo eleitoral, sejam eles timorenses ou estrangeiros.

Só com a reposição da verdade será possível restabelecer a confiança perdida e a dignificação do povo e da Nação timorense.

Com os melhores cumprimentos,
Subscrevemo-nos,
Nazário Tilman de Andrade (Mandatário Nacional)
Benvinda Oliveira (Presidente da Comissão Independente)”

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