Diário Digital / Lusa
28-03-2007 13:57:23
Xanana Gusmão disse hoje estar «preparado» para ser primeiro-ministro, quando questionado por jornalistas no final de uma visita que efectuou à Conferência Nacional para a criação do Congresso Nacional da Reconstrução de Timor (CNRT), que decorre em Díli.
Xanana Gusmão, quando questionado pelos jornalistas sobre o seu futuro político depois de terminado o mandato como Presidente da República, disse, em tétum, que está «preparado», mas acrescentou que «tudo depende dos estatutos que vierem a ser aprovados na Conferência do CNRT».
Xanana Gusmão, que recebeu segunda-feira os peticionários que o convidaram a juntar-se ao novo partido, visitou hoje a Conferência Nacional do novo partido político timorense.
«Xanana veio aqui, almoçou aqui e foi-se embora. Depois do almoço, esteve a conversar com Mau Honu (antigo comandante das Forças Armadas de Libertação de Timor Leste) e foi-se embora», disse à Lusa Eduardo Barreto, coordenador do CNRT.
A conferência nacional para a criação do CNRT começou hoje de manhã, em Díli, e ainda não terminou.
A conferência está dividida em quatro comissões: uma para o Estatuto, outra para o Programa Político, outra sobre a apresentação da lista e estrutura e outra ainda para assuntos específicos.
A primeira comissão ainda não terminou e ainda falta muito para a reunião plenária, acrescentou Eduardo Barreto, do CNRT.
Segunda-feira, Xanana Gusmão recebeu no jardim do Palácio das Cinzas 6.250 assinaturas de peticionários que apelaram ao actual Presidente da República para que se junte ao CNRT assim que terminar o mandato como chefe de Estado, a 19 de Maio, para que possa vir a concorrer às eleições legislativas de 2007, ainda sem data marcada.
Os estatutos do CNRT, cuja discussão está em curso, têm como lema, «Libertada a Pátria, Libertemos o Povo!», e referem que o partido pretende «responder às aspirações profundas de um povo que sofreu durante 24 anos e que, conquistada a independência, continua a sofrer da miséria e sem esperança no futuro».
No preâmbulo dos estatutos lê-se que o partido tem como objectivo «responder à necessidade de inculcar uma cultura democrática nas comunidades, uma cultura de transparência e de responsabilização nas instituições do Estado e uma cultura de justiça, credível, independente e imparcial no sistema judicial timorense».
O documento refere igualmente que «os primeiros quadros do partido são todos aqueles que participam na 1ª Conferência Extraordinária para o registo do CNRT» e que compete ao presidente, vice-presidente e secretário-geral do partido propor ao Conselho Nacional «os candidatos a cargos políticos no Governo».
Os estatutos em discussão abrem expressamente a possibilidade de esses cargos serem ocupados por pessoas que não sejam filiados no CNRT e prevêem também a criação de estruturas de representação dos veteranos da Resistência, da Juventude, das mulheres e das associações profissionais.
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