domingo, março 18, 2007

Ramor-Horta diz que Ataúro é "modelo de convivência"

RTP

O primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, considerou em Ataúro que a ilha "é um modelo de convivência para o resto do país".

José Ramos-Horta, que visitou Ataúro durante algumas horas, afirmou que a situação de paz entre as comunidades da ilha são um exemplo para a capital e outros distritos afectados pela recente crise de segurança e com uma história de violência.

"Em 1999, Ataúro escapou ileso" da destruição provocada pelas milícias integracionistas, recordou o primeiro-ministro em declarações à Lusa. "Não houve aqui um único incidente de as pessoas se odiarem ou se ferirem".

Ataúro, a norte de Díli, tem 105 quilómetros quadrados e cerca de oito mil habitantes.
Na comunidade de Biquele, na costa leste da pequena ilha, os pescadores fizeram notar ao primeiro-ministro que o espírito conciliatório dos habitantes não tem sido recompensado pelo governo central.

Em Beloi, no suco de Biceli, 12 barcos de pesca estão sem motor desde o fim da ocupação indonésia em 1999, queixaram-se os líderes da comunidade.

José Ramos-Horta ouviu também queixas em relação ao estado deficiente das vias de comunicação e ao facto de a estrada para norte de Vila Maumeta ter sido cortada em altitude e não ao nível do mar.

Os habitantes, como foi possível constatar hoje, percorrem cerca de 12 quilómetros caminhando ao longo de praias entre Beloi e Vila Maumeta.

A ilha tem apenas 9,4 quilómetros de estrada pavimentada, a partir da Vila Maumeta, e em mau estado e não há fornecimento de energia permanente.

"As estradas que vi são péssimas e aqueles troços que foram arranjados e inaugurados não sei como se pode dizer que é uma grande obra", concordou o primeiro- ministro.

O ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri "foi lá e não ficou nada satisfeito. Ficou chocado. Foi ridículo porque se fez há dois anos algumas poucas centenas de metros e não houve melhorias", acrescentou José Ramos-Horta.

Cerca de 80 por cento da população de Ataúro vivem da pesca e José Ramos-Horta comentou que, com a agricultura, a criação de animais e algum turismo, "a ilha podia ser relativamente próspera".

NOTA DE RODAPÉ:

Em 1999 houve um incidente com milícias do qual resultou um morto.

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