quarta-feira, março 21, 2007

Políticas agrícolas devem prioritárias, defende bispo de Baucau

Baucau, Timor-Leste, 20 Mar (Lusa) - O bispo de Baucau disse à agência Lusa que as políticas agrícolas devem ser implementadas em Timor-Leste porque considera que a instabilidade social é provocada pela falta de emprego e pela escassez de meios de subsistência.
"Com o estômago cheio, a cabeça funciona e a pessoa é capaz de pensar com serenidade e equilíbrio a sua própria existência. Neste momento, uma das grandes lacunas é exactamente esta falta de meios", disse D. Basílio do Nascimento, numa entrevista à Lusa.


A este propósito, o bispo de Baucau recordou a recente crise vivida em Timor-Leste devido à falta de arroz.

"Ultimamente houve falta de arroz. Sabendo que o arroz é a base de alimentação deste povo e falhar no fornecimento de arroz é um dos erros mais fundamentais que o nosso Governo estava a cometer", sublinhou.

Para solucionar o problema, o bispo de Baucau propõe a aplicação de políticas agrícolas que possam ajudar a criar condições para fornecer as populações do país.

"Se fosse eu a mandar, dava prioridade à agricultura. Penso que, em termos agrícolas, este povo é capaz de ser auto-suficiente", afirmou D. Basílio do Nascimento, que assinalou segunda-feira os dez anos da Diocese de Baucau.

Sobre os momentos de violência que se registaram nas últimas semanas na capital de Timor-Leste, o bispo de Baucau referiu que a "insegurança tem sido um cavalo de batalha e um cavalo de imaginação de muita gente, por causa das contradições em que Díli vive".

"Com tanta força de segurança internacional e com tantos meios, porque que é que a nível de segurança todas essas forças não foram capazes de se impor ou de criar um clima de segurança em Timor-Leste?", questionou.

As eleições presidenciais estão marcadas para 09 de Abril próximo, mas o bispo de Baucau só espera estabilidade política depois das legislativas previstas para Junho, defendendo que Timor-Leste "é vítima do passado".

"Aquilo por que Timor-Leste está a passar é uma situação de crescimento natural para um país que não tem hábitos democráticos, que nunca teve uma prática democrática na vida e para quem a democracia é um conceito muito novo de sociedade e de existência. Estamos a começar em tudo. Timor-Leste está a viver uma novidade", sustentou.

PSP-Lusa/Fim

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