segunda-feira, fevereiro 26, 2007

Ramos-Horta no seu melhor... (Intervalo para o humor)

"Não sou candidato de oposição à Fretilin" - Ramos Horta

Por Pedro Rosa Mendes, da Agência Lusa Baucau, 24 Fev (Lusa) - O primeiro-ministro timorense José Ramos Horta afirmou hoje à agência Lusa que a sua candidatura às eleições presidenciais não é contra a Fretilin.

"Não sou candidato de oposição à Fretilin", afirmou o primeiro-ministro à Lusa na sua primeira entrevista enquanto candidato à presidência.

Ramos Horta lança oficialmente domingo a sua candidatura em Laga, uma aldeia dos arredores de Baucau onde cresceu e viveu entre os 11 e os 17 anos de idade. Outra das razões porque decidiu apresentar a sua candidatura em Laga prende-se com o facto de ser uma das regiões mais pobres do país.

"É uma candidatura de milhares de timorenses que vêm de muitos partidos, incluindo da Fretilin. Não faço oposição a Fretilin, nunca o fiz e nunca o irei fazer", adiantou.

"Estas eleições deste ano são mais personalizadas porque a comunidade internacional assim como o povo timorense estão muito mais elucidados sobre quem é quem".

O povo, segundo Ramos Horta, são pessoas sabem "que, afinal, o país avança ou recua conforme a qualidade de líderes que tem".

Ramos Horta disse que em 2001 nas eleições para a constituinte, ganhas pela Fretilin, "os timorenses votaram em partidos, em bandeiras e não em caras". Agora, concluiu, "já estão atentos e vão escrutinar um por um os nomes das listas de cada partido".

José Ramos Horta considera-se um candidato livre e independente nas eleições presidenciais. "Felizmente não devo grandes favores a nenhum partido politico. Não estou comprometido com ninguém, apenas com este povo".

Em entrevista à Lusa, o primeiro-ministro timorense disse ainda que decidiu candidatar-se quando regressou de nova Iorque há uma semana. "Quando cheguei a Dili fui informado que uma comissão informal já tinha recolhido alguns milhares de assinaturas, sem a minha luz verde". José Ramos horta referiu a título de exemplo que "só em Baucau num dia recolheram mil assinaturas quando bastavam 100".

O primeiro-ministro sublinha que é um candidato reticente às eleições de 0 9 de Abril e "não é por recear a campanha e o possível desfecho negativo, pelo contrário". Diz Ramos Horta: "Devo ser o único líder do mundo em campanha eleitoral desejando vir a ser rejeitado".

José Ramos Horta explica que, no caso de não ser eleito, ficará "de consciência tranquila" uma vez que a sua candidatura "é em primeiro lugar uma questão de consciência".

E afirma: "Se eu não me candidatasse seria severamente crítica do por muitos timorenses e amigos internacionais na indonésia, na comissão europeia, em Washington, no conselho de segurança e na Austrália".

Frisando que tem vários apoios internacionais José Ramos Horta considera que os dois governos constitucionais de Timor-Leste "beneficiaram de apoios através dos seus contactos pessoais".

Em relação as condições de segurança para a campanha eleitoral, Ramos Horta confirmou à Lusa que a existência de um acordo entre o procurador-geral da República, Longuinhos Monteiro, e o major Alfredo Reinado.

O militar, principal rosto da crítica político-militar de 2006 fugiu de um a prisão em Díli a 30 de Agosto. Segundo revelou o primeiro-ministro, o procurador Longuinhos Monteiro esteve com o Major Reinado há três semanas em Gleno. "Houve um acordo explícito, assinado pelos dois, em que Reinado pela primeira vez se compromete a ser ouvido no caso das armas" entregues a civis. Alfredo Reinado ter-se-á comprometido também "a comparecer perante a Justiça no caso da troca de tiros a 23 de Maio de 2006, na qual, alegadamente, pelo menos um membro das F-FD TL foi morto por ele".

Quanto a Xanana Gusmão, José Ramos Horta insiste que o falado novo partido inspirado pelo presidente da República de Timor-Leste continua, para ele, um "mistério". O primeiro-ministro salienta, no entanto, que Xanana Gusmão poderá ter um futuro político depois de abandonar a chefia do Estado. "Ele é novo, com muito dinamismo e é um homem bom. Não há nenhum político que seja tão respeitado como ele", disse.

Lusa/fim

NOTA:

1. Não ouvimos nenhum dos "amigos" internacionais a manifestar qualquer apoio a Ramos-Horta, se bem que até possamos acreditar nas palavras de Ramos-Horta quanto a alguns.

E a ouvirmos algum "amigo" internacional, Ramos-Horta corre o perigo de ser o candidato a Presidente, não de todos os timorenses, mas de todos os australianos, indonésios e americanos, em Timor-Leste!

2. Quanto a ser o candidato que quer ser rejeitado... morreríamos a rir, se não fosse tão patético.

3. As assinaturas sem o seu consentimento?! (1000 em Baucau! Quando apenas apareceram, contra as suas expectativas, 400 ou 500 pessoas no lançamento da candidatura em Laga, a poucos kms de Baucau...).

4. Quanto a ser um "mistério" o novo partido de Xanana... haverá alguém com quem Ramos-Horta fala no último mês, que não mencione imediatamente o novo partido de Xanana chamado CNRT?

2 comentários:

  1. Portanto, confirma-se que RH não se candidatou, antes foi candidatado... por amigos.

    Muito esclarecedor.

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  2. E melhor assegurar antes de se candidatar do que aventurar usando intimidacoes e mentiras,

    Roman

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