segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Ramos-Horta defende adesão em cinco anos à ASEAN

Díli, 19 Fev (Lusa) À O primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta defendeu hoje a integração do país na ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) dentro de cinco anos.

"A meta de adesão a cinco anos é uma meta artificial", explicou o chefe de governo timorense. "É uma meta não porque pensemos que vamos entrar mas para impormos pressão e para que, muito à maneira timorense, não passemos os próximos quatro anos no 'deixa andar'".

"Daqui a quatro anos, a ASEAN olhará para nós e dirá se devemos entrar", adiantou José Ramos-Horta durante um seminário de dois dias dedicado aos problemas e condições de adesão à associação regional.

"Como está hoje, Timor-Leste não entraria na ASEAN, não teria qualquer hipótese", sublinhou o primeiro-ministro. "Se eu fosse um líder da ASEAN, não iria querer mais um fardo. A ASEAN já teve muitos problemas com a adesão de Mianmar, por exemplo".

José Ramos-Horta afirmou que Timor-Leste tem que regressar a uma situação de paz e de estabilidade, além de necessitar de um "arranque económico", como condições prévias ao processo de adesão.

Interrogado sobre como conciliar a adesão à ASEAN com o facto de Timor-Leste ser o único país do Sudeste Asiático membro do espaço ACP (África, Caraíbas e Pacífico), através do Acordo de Cotonou com a União Europeia, José Ramos-Horta manifestou-se favorável a uma conciliação política dos dois espaços.

"Cotonou vigora até 2013. Timor-Leste, em princípio, entra na ASEAN em 2012. Eu iria tentar assegurar os benefícios dos dois lados, pelo menos garantindo o acesso ao mercado europeu", defendeu. "Seria a forma da União Europeia apoiar a entrada de Timor-Leste na ASEAN e é politicamente possível", concluiu o primeiro-ministro.

José Ramos-Horta teve a seu lado na abertura do seminário o ex-primeiro-ministro da Nova Zelândia, Mike Moore, que considerou essencial a integração de Timor-Leste na economia global.

"O processo é tão importante como o resultado", segundo Mike Moore, "porque impõe em si uma disciplina de reforma".

PRM Lusa/Fim.

NOTA:

Outro... Até pode ser Senhor Primeiro-Ministro. Mas upsss, não se diz...

Sem comentários:

Enviar um comentário