sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Dos leitores

Comentário sobre a sua postagem "Sobre a "fome" em Timor-Leste":

É inércia mental e física defender que o arroz é essencial na alimentação. Só para citar dois exemplos, o béri-béri é uma terrível doença causada pelo consumo exclusivo de arroz, devido à carência de vitamina B. Muitas das doenças oftalmológicas devem-se à falta de vitamina A. Outras carências vitamínicas são responsáveis pelo raquitismo, enquanto que a falta de cálcio, presente nos lacticínios, em certos vegetais e peixes, impede o saudável crescimento e manutenção do esqueleto.

A predominância do arroz na dieta timorense tem o seu quê de influência indonésia. Os funcionários públicos recebiam arroz gratuito ou quase, em troca da sua fidelidade.

O arroz não só não é essencial à sobrevivência, como pode ser substituído por vários alimentos, como outros cereais ou seus subprodutos, como o pão.

A banana é um óptimo substituto ou complemento de cereais ou tubérculos. Tem vitaminas e minerais, com destaque para o potássio, elemento essencial. Já provaram fuba com banana?

Para além disso, fica mais barato cultivar mandioca, milho ou batata para alimentar a família do que comprar arroz já processado e embalado. Mas também se pode cultivar chuchu, feijão, couve, etc., sem grande dificuldade.

NOTA: os chineses não se alimentam só de arroz. O arroz é consumido apenas no Sul da China e sempre acompanhando vegetais como couve (pak choi), vários tipos de feijão, tofu, cogumelos, cenoura, etc. Alguma carne ou peixe também entra moderadamente na ementa chinesa, especialmente as aves. No Norte, o arroz é substituído pelo trigo.

Os próprios indonésios também usam o arroz como base para outros ingredientes (vd. o nasi goreng).

Mas é curioso que só há "fome" em Dili, onde os armazéns de arroz são assaltados, como já foram anteriormente os armazéns de sândalo ou de mobiliário escolar...

H. Correia

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