terça-feira, janeiro 09, 2007

LUSA mente, e induz em erro.

Desde há alguns meses que a LUSA disponibiliza online apenas o título e o primeiro parágrafo das suas notícias, para quem não tem assinatura.

Abaixo transcrevemos a notícia publicada hoje pela LUSA sobre o julgamento de Rogério Lobato:

"Depoimentos em tribunal voltam a implicar Alkatiri e Lobato

Díli, 09 Jan (Lusa) - Fortes medidas de segurança rodearam hoje em Díli a primeira sessão efectiva do julgamento do ex-ministro do Interior timorense Rogério Lobato, acusado de ter distribuído armas a civis, com os primeiros depoimentos a implicarem também o ex-primeiro-ministro Mari Alkatiri."

A leitura que se faz deste título e deste parágrafo, é que o depoimento de hoje da principal testemunha da acusação, Railos, incrimina Mari Alkatiri.

Esquece-se a LUSA, de referir que Railos respondeu que NUNCA TINHA RECEBIDO NENHUMA ORDEM DO PRÓPRIO MARI ALKATIRI, quando o Juiz lhe pediu para esclarecer a sua declaração inicial ao Ministério Público, de que tinha recebido ordens de Rogério Lobato e Mari Alkatiri.

O Tribunal ficou esclarecido de que Railos nunca recebeu qualquer ordem, para receber armas ou eliminar alguém, do próprio ex-primeiro-ministro.

Esqueceu-se, também a LUSA de referir que o co-arguido Marcos Piedade "Labadai", declarou nunca ter recebido ordens do próprio Rogério Lobato, mas sim do seu chefe de gabinete... e que "achou" que as ordens vinham do ex-ministro do Interior.

Lembramos também que Mari Alkatiri não é arguido deste julgamento. O julgamento é público, e portanto estas declarações da LUSA são facilmente contestadas pelo registo da sessão.

Abaixo transcrevêmos o resto da notícia da LUSA:

"Iniciado no passado dia 30 de Novembro, o julgamento teve então que ser adiado devido à ausência de um dos arguidos, Marcos Piedade "Labadae", que foi hoje o primeiro a prestar declarações, questionando parte da acusação que o implica na criação de um grupo civil alegadamente armadopor Rogério Lobato.

Mas esta primeira sessão efectiva do julgamento teve como novidade o facto da principal testemunha da acusação, Vicente da Conceição "Railós", ter reencontrado Rogério Lobato, o que aconteceu pela primeira vez desde que denunciou a distribuição de armas, há cerca de oito meses.

Foi um reencontro marcado pela confirmação das declarações que prestou anteriormente, voltando a implicar tanto o ex-ministro como o ex-chefe do governo na distribuição de armas a civis, em plena crise político-militar espoletada e m Abril de 2006.

No exterior do Tribunal de Recurso, milhares de apoiantes de Rogério Lobato vitoriaram-no à saída, gritando palavras de ordem de incentivo, perante um forte aparato policial montado pelas Nações Unidas, em que participaram ainda efectivos da Polícia Nacional de Timor-Leste, e sem que se tivessem registado quaisquer incidentes.
EL.
Lusa/Fim"

.

Sem comentários:

Enviar um comentário