segunda-feira, janeiro 08, 2007

Díli dá mais um passo para adesão à ASEAN

Díli, 06 Jan (Lusa) - Timor-Leste assina na próxima semana com a Associação das Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) um Tratado de Amizade e Cooperação, disse hoje à Lusa o primeiro-ministro timorense José Ramos-Horta.

O documento será assinado por ocasião da 12ª Cimeira de Chefes de Estado e de Governo daquela organização regional, que decorrerá de 10 a 15 deste mês em Cebu, nas Filipinas.
"Trata-se de uma iniciativa fundamental para a adesão de Timor-Leste à ASEAN", salientou Ramos-Horta, que falou à Lusa no final de uma cerimónia realizada hoje em Díli, de celebração do Natal de 2006 e do Ano Novo de 2007.

Integram a ASEAN a Birmânia, Brunei, Camboja, Filipinas, Indonésia, Laos, Malásia, Singapura, Tailândia e Vietname.

Uma das prioridades da política externa de Timor-Leste é a adesão à ASE AN, objectivo que as autoridades consideram ser somente possível de alcançar num período não inferior a seis anos, devido à carência de estruturas e de quadros.

Timor-Leste é desde Julho de 2005 membro de pleno direito do Fórum Regional da ASEAN (ARF). O ARF é um organismo formado há 13 anos com o objectivo de consolidar a cooperação regional, a estabilidade e a paz entre os 10 países que integram a ASEAN e outros 14 membros (Austrália, Canadá, China, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Estados Unidos, Índia, Japão, Mongólia, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Paquistão, Rússia e a União Europeia).

No plano regional, Timor-Leste integra já o espaço de concertação Diálogo do Sudoeste do Pacífico, de que fazem parte a Austrália, Filipinas, Indonésia, Nova Zelândia e a Papua Nova Guiné, e tem o estatuto de observador no Fórum das Ilhas do Pacífico.

Na cerimónia realizada hoje em Díli, defronte do Palácio do Governo, e em que intervieram o Presidente Xanana Gusmão e chefe do Governo Ramos-Horta, a tónica foi a necessidade de se reunirem as condições de segurança para a realização, ao longo do ano, das segundas eleições presidências e das primeiras legislativas. Xanana Gusmão salientou que a crise política que ainda persiste no país traduz "uma crise de crescimento" de Timor-Leste e defendeu ser necessário "mais tempo para consolidar as instituições".

Na iniciativa, promovida pelo Governo, estiveram presentes líderes partidários, autoridades locais e ainda o corpo diplomático, membros do Executivo e deputados, além do comandante das forças armadas, brigadeiro-general Taur Matan Ruak, e do representante especial do secretário-geral da ONU, Atul Khare.

EL-Lusa/Fim

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