Editorial JN Semanário de fim de ano.
Fechamos o ano em vergonha, com um país mergulhado no descrédito interno e externo. 2006 ficará para sempre como o ano em que nada se consegue explicar e onde a razão perdeu a razão. Timor-Leste, o nosso sonho de país, mostrou ser o pesadelo resultado da falta de capacidade da classe política em se afirmar como capazes de conduzir um País ao estado de verdadeiramente Soberano.
2006 será para sempre o ano da vergonha nacional, onde o sentido de Democracia se confundiu com anarquia.
Será também um ano recordado pela intensa dor da morte, das pessoas mortas, bárbara e cobardemente assassinadas. 2006 é a verdade da mentira em acontecimentos que poucos compreenderão, numa seqüência estranha e com intervenientes duvidosos.
Para sempre este terá sido o ano em que criminosos passaram a quase heróis e talvez o sejam pois continuam a passear-se pelo país armados e vitoriosos. Este será também o ano marcado pela distribuição de armas.
Algumas delas que nem sequer existiam em Timor-Leste. É o ano da queda do I Governo do país. Uma queda estranha. É o ano da formação de um II Governo FRETILIN, mas com primeiro-ministro escolhido fora do Comitê Central – pelo menos limitaram-lhes a escolha. Mas este é também o ano em que o partido maioritário demonstrou apego ao Poder não optando por eleições antecipadas preferindo governar na debilidade política e institucional. 2006 será também para sempre o ano em que José Ramos-Horta assume o cargo de primeiro-ministro depois de muito antes da queda de Marí Alkatiri se pronunciar disponível para o substituir no mesmo.
Mas este também é o ano em que Timor-Leste deu uma força para alterar o nome do representante especial do Secretário-Geral das Nações Unidas. O nome do antigo presidente de Cabo Verde, não servia. Bastos foram os telefonemas para a UN e o lobbie de pressão timorense e anglosaxonico não parou. Mascarenhas não veio e ponto final.
2006 é o ano da miséria social. O ano do desrespeito pelos deveres fundamentais do povo timorense atirado para uma situação de pobreza extrema quando se começavam a dar passos no sentido do desenvolvimento.
2006 foi o ano da desgraça, da formação e afirmação de grupos de vadios.
Anarcas puros liderados por cobardes escondidos nas sombras de dinheiros podres que financiam o caos, a morte e a destruição.
2006 foi o ano da vergonha! Da vergonha para todos nós, para os vindouros.
2006, é o ano da face escondida. 2006 é o ano do nada vezes nada igual a morte e a estupidez.
Que 2007 seja o ano da retoma. O ano da justiça, o ano da punição. 2007 terá de ser o ano da verdade, da busca da mesma. 2007 deve ser o ano da criminalização clara dos autores da instabilidade e vergonha em que o país mergulhou em 2006! Com coragem, com verdade, com democracia, com soberania. 2007 deverá ser ano de eleições. 2007 deve ser o ano da retirada das tropas e polícias internacionais. 2007 deverá ser o ano dos timorenses em pleno. 2007 terá de ser o ano da República Democrática de Timor-Leste, com as suas línguas oficiais, com os seus usos e costumes, com o seu poder sobre os seus bens dentro e fora de terra. 2007 deverá ser o ano da firmação da Identidade Nacional. 2007 não poderá ser o ano das ingerências grosseiras na política interna. 2007 deverá ser o ano em que o nosso povo deve dizer não aos “nãos ” de quem teme o caminho nacional.
2007 é o ano da afirmação do Estado Não Falhado. 2007 deverá ser o ano da segurança interna, da estabilidade nacional, da justiça e da reconciliação nos crimes de não sangue.
2007 será o ano do adeus à figura de “Protectorado” de outro Estado.
2007 é o nosso ano, o ano da RDTL!
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Enfim, 2006 foi o ano dos timorenses!...
ResponderEliminarSe querem um verdadeiro resumo de 2006, não percam o Timor Cartoon
ResponderEliminarhttp://timorcartoon.blogspot.com
Com os governantes e lideres politicos que tem!...
ResponderEliminarNão é só em Timor-Leste que há "patriotas" que acham que a galinha da vizinha é sempre maior do que a minha. E nem é só em Timor-Leste que certos "patriotas" estão sempre dispostos a vender a pátria por tuta e meia, desde que claro sejam eles os intermediários da negociata...
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