segunda-feira, dezembro 11, 2006

PM Ramos-Horta critica falta de empenhamento da UNPOL nos incidente

Díli, 11 Dez (Lusa) - O primeiro-ministro timorense acusou hoje a políc ia das Nações Unidas de falta de empenhamento na prevenção de incidentes como os que ocorreram em Díli domingo à noite, quando grupos de jovens apedrejaram viaturas e o principal hotel do país.

"É inaceitável a falta de policiamento. Em qualquer país em que se real izam manifestações culturais como a de domingo à noite têm polícia e a UNPOL (po lícia da ONU) não fez nada para prevenir distúrbios", disse Ramos-Horta à Lusa.

Os incidentes de domingo à noite ocorreram quando decorria um concerto musical integrado numa cerimónia tradicional, realizada horas antes, em que diri gentes políticos se comprometeram, perante os líderes tradicionais e o povo, a n ão recorrer à violência para resolver as suas disputas.

Os incidentes foram protagonizados por grupos de jovens, que estenderam os confrontos a vários pontos da cidade, de que resultaram danos materiais, des ignadamente na porta da principal unidade hoteleira da capital, e pelo menos um ferido, esfaqueado por desconhecidos, disse fonte policial à Lusa.

Os confrontos, opondo alegadamente membros de grupos de artes marciais rivais, iniciaram-se defronte do Palácio do Governo, onde decorria um concerto i ntegrado nas cerimónias em prol da paz.

Um dos grupos de jovens agrediu alguns dos espectadores, destruiu algum as cadeiras no recinto e apedrejou carros que passavam.

Em seguida, o mesmo grupo dirigiu-se para o Hotel Timor, tendo arremess ado pedras que estilhaçaram a porta de entrada do hotel e obrigaram à intervençã o de agentes da PSP, que integram a força da ONU, efectuando disparos para o ar, em resposta a um disparo vindo do exterior, também segundo fonte policial conta ctada pela Lusa.

Nas proximidades do hotel Timor situa-se um dos vários campos que acolh e deslocados timorenses.

"Acho inaceitável a falta de policiamento. Domingo passei duas vezes pe lo local do concerto e não vi nenhum polícia na zona. Os organizadores telefonar am para a UNPOL e apareceram três polícias, que depois se foram embora. E quando abandonaram o local, começaram os incidentes, da responsabilidade de jovens que nada tinham a ver com a assistência do concerto, agredindo alguns espectadores e partindo algumas cadeiras", afirmou Ramos-Horta.

Horas antes dos incidentes, uma patrulha da GNR deteve um grupo de sete jovens na posse de um engenho explosivo artesanal, dezenas de munições, todas d o mesmo calibre, e vários tipos de armas brancas, como facas, espadas e "rama-am bom" (setas).

A operação foi conduzida no bairro de Taibessi, instantes depois de o g rupo se ter envolvido em confrontos com outro grupo rival de artes marciais, acr escentou a mesma fonte.

Esta foi a primeira detenção depois das duas cerimónias tradicionais pa trocinadas pela Presidência da República e Governo, para fazer a paz, realizadas na passada sexta-feira e domingo de manhã, em Díli.

A violência que se tem registado nas últimas semanas, e que desde Abril já provocou o total de mais de 60 mortos, tem oposto grupos rivais de artes mar ciais, fundamentalmente elementos das organizações "Sete Sete" e do PSHT.

EL-Lusa/Fim
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Até que enfim...

2 comentários:

  1. 1.As criticas de Ramos Horta à UNPOL são no mínimo caricatas. Em primeiro lugar porque o responsável primeiro pela solução encontrada de entrega dos poderes de soberania relativos à polícia, às Naços Unidas é Ramos Horta. Em segundo lugar porque ele é que aceitou ser primeiro ministro de um governo que não tutela a polícia! De um Governo que não manda na polícia e portanto é incapaz de assegurar a ordem pública.
    Em terceiro lugar porque com as declarações que proferiu expondo a sua impotência só fragiliza mais a sua situação como primeiro ministro e a do Governo perante os arruaceiros.
    Em quarto lugar porque não é sério dizer que a culpa da desordem é de terceiros que não os próprios Timorenses.
    O problema policial é de facto um problema central na encruzilhada em que Timor Leste se encontra Porque se a UNTAET criou e treinou a polícia timorense e o resultado foi, como se viu em Junho, muito mau, porque havemos nós população civil de acreditar que desta vez o processo de reestruturação da polícia pelas Nações Unidas vai correr melhor? O que é preciso é simples: é criar um comando da polícia timorense que tenha autoridade para com os agentes policiais e que seja obediente ao poder político. Não vejo que seja a amálgama de nacionalidades dos polícias das Naços Unidas que consigam fazer isso. Se não forem os timorenses o problema não se resolve...É preciso nacionalizar a polícia!
    Mas claro que isso tem de ficar para depois das eleições.
    2. A cerimónia com os liurais foi, desculpem-me a franqueza, uma palhaçada. Não por causa dos liuruais, que estão de boa fé, mas a ser instrumentalizados pelos titulares dos órgãos de soberania.Xanana, Ramos Horta e Lu-Olo têm de facto uma coisa em comum com os liurais: mandam pouco, e quase nada em Timor Leste. É esse o problema do país aliás: falta de autoridade do Estado e de liderança.
    E o folclore não nos descansa. Só aumenta as preocupações com o futuro...
    3. Alguém acredita no abraço entre Xanana e Alkatiri? O Presidente escreveu quatro artigos (4!) dizendo cobras e lagartos do Comité Central da Fretilin, e agora abraça dois dos seus mais ilustres membros: Lu-Olo e Mari. Timor-Leste esteve ocupado 24 anos por Javaneses. Sabemos todos bem o que significa o abraço do javanês!
    Pena é que os timorenses não se tenham libertado e livrado desse pesadelo indonésio, e não consigam com franqueza e lealdade, e sem cinismos entender-se (e não são precisos abraços onde eles não fazem falta)para resolver os problemas da nação.
    4. O Presidente da República queria, ao que se sabe, que umas propostas suas fossem consagradas nas leis eleitorais agora em dabate no parlamento. É triste ver que passaram mais de quatro anos desde que o Presidente da República foi eleito e ele ainda não percebeu que de acordo com a Constituição, o Presidente da Repúlica não tem iniciativa legislativa. Os poderes do Presente no processo legislativo são de veto: político ou por razões de inconstitucionalidade/ilegalidade. Tanto assessor contratado e não houve nenhum que fosse capaz de explicar isso ao Presidente? As sugestões, Xanana tem de as entregar aos seus amigos do PD e submeta-las a votação no parlamento nacional. é assim de acordo com a Constituição de o PR jurou cumprir e fazer cumprir.É claro que sabemos que para o Presidente a Constituição vale o que vale (ou seja vale pouco ou nada)mas em termos de processo legislativo se não se segue a Constituição Timorense vai seguir-se que código o Australianao ou o Indonésio?!

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  2. viva a reeconciliacao e dialogo de ramos horta e xanana.
    tem de se sentarem mais vezes com os catuas para trazer navamente a paz a Timor Leste.

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