Exmo. Senhor Presidente do Parlamento Nacional
Senhoras e senhores deputados
É com profunda emoção que uso da palavra, em nome da delegação da Assembleia da República Portuguesa, que hoje visita Timor e esta Assembleia. E esta ocasião tem para todos nós um significado que nos toca fundo, por podermos partilhar convosco esta honra que tão gentilmente nos é concedida. Muito lhe agradecemos, Sr. Presidente este gesto de amizade.
Estamos aqui hoje, para vos reafirmar, nesta hora difícil para Timor, o sentimento da nossa solidariedade.
Solidariedade que não é apenas nossa mas, que é, como sempre foi, a de todo o povo português e que atravessa toda a nossa sociedade, de Norte a Sul, da Madeira aos Açores, dos mais jovens aos menos jovens e de todos os quadrantes políticos.
Por isso mesmo esta delegação da Assembleia da República a que tenho a honra de presidir é composta por representantes de todos os partidos políticos portugueses com representação parlamentar.
Timor representa para cada um de nós individualmente e para todos em conjunto uma causa que nos é muito próxima e de que muito nos orgulhamos. Para muitos, como eu, nascido nos anos sessenta, Timor foi a causa que a nossa geração conheceu e abraçou.
E por tudo o que isso representa, e que levou Timor a ser a primeira Nação do século XXI, importa realçar acima de tudo as conquistas alcançadas, na certeza de que o futuro não é mais do que a soma do presente que construímos colectivamente.
A democracia e o Estado de Direito e soberano, são o resultado de um processo, processo esse que é necessariamente obra de todos.
E aqui neste Parlamento, democraticamente eleito por todo o Povo Timorense, a responsabilidade é ainda maior.
Falamos com a experiência de um país que nos últimos 30 anos consolidou a democracia alcançada em 1974 através da participação de toda a sociedade, civil e militar.
Por isso acreditamos que só com o envolvimento de toda a sociedade, civil e militar e de todos os órgãos de soberania se poderá alcançar aquele que é o objectivo que nos anima a todos, que é o de uma sociedade justa, livre, democrática, vivendo em paz e com bem estar social.
Timor que iniciou a sua vida como Nação livre, democrática e soberana em 2002, está naturalmente num percurso de crescimento e de consolidação democrática. E todo o crescimento tem a sua própria dor e as suas próprias fases.
Estamos certos, e sobretudo desejamos, que a fase que a sociedade timorense vive presentemente seja ultrapassada rapidamente e que, com as próximas eleições, que em democracia representam sempre um impulso, Timor entre numa nova fase.
A nós parlamentares, independentemente de podermos ou não sentir vocação para o desempenho de determinadas atitudes, de podermos ou não aceitar as condições em que estamos, de concordar ou não da forma como a intervenção nos é facultada, não temos é nunca mas mesmo nunca o direito de nos demitirmos da nossa soberana responsabilidade política, que resultante da nossa liberdade e da nossa inteligência é essencial à nossa condição de homens livres.
Demitirmo-nos de lutar pelo que acreditamos seria sempre perder a condição de homens livres e defraudar aqueles que acreditaram em nós.
É com esta responsabilidade que temos de viver e ultrapassar todas as vicissitudes do processo democrático, onde a casa da democracia é sempre e em todas as circunstâncias o parlamento.
Por isso, gostaríamos de reafirmar, Sr. Presidente, a nossa grande confiança em Vossa Excelência e em todos os parlamentares, podendo continuar Vossa Excelência Sr. Presidente a poder contar com o empenho e o apoio da Assembleia da República que aqui hoje todos os partidos portugueses expressam de forma inequívoca com a nossa presença e com o convite que o Presidente da nossa Assembleia da República lhe pede para lhe entregar para uma visita oficial de Vossa Excelência e sua delegação a Portugal.
A solidariedade que nos une ficou hoje mais reforçada que a de ontem e é com a esperança que nos anima que venceremos juntos os desafios que temos pela frente.
Viva o Povo de Timor Leste.
Viva Timor Leste.
Viva Portugal.
José Luis Arnaut
Presidente da Delegação da Assembleia da República.
.
Sem comentários:
Enviar um comentário