Díli, 05 Dez (Lusa) - Uma delegação de deputados portugueses, com representantes de todos os partidos com assento parlamentar, chegou hoje a Timor-Leste com o objectivo de reafirmar a solidariedade da Assembleia da República (AR) ao Parlamento Nacional timorense (PNTL).
Liderada por José Luís Arnaut, presidente da Comissão de Negócios Estrangeiros da AR, a delegação integra os deputados Renato Leal (PS), Abílio Fernandes (PCP), Hélder Fernandes (CDS-PP) e João Semedo (BE), à qual se juntou também o deputado José Cesário (PSD), eleito pelo Círculo Eleitoral Fora da Europa, e que chegou segunda- feira a Díli.
O programa desta visita de trabalho de três dias iniciou-se com um encontro no Palácio das Cinzas, sede da Presidência da República, com Xanana Gusmão.
No final deste encontro, José Luís Arnaut salientou ter transmitido ao chefe de Estado timorense a solidariedade do parlamento português para com Timor-Leste, que disse estar a atravessar "uma fase de crescimento, uma fase de afirmação".
"Todo o crescimento tem uma dor, todo o crescimento tem as suas fases. Acreditamos que estamos numa fase que é necessário rapidamente superar", acrescentou.
O objectivo, sustentou, é garantir que Timor-Leste ultrapasse as actuais dificuldades e possa continuar a crescer.
"Estamos aqui para prestar a nossa solidariedade ao povo timorense, dizer quer o povo português não esqueceu e não esquece a causa do povo timorense, e que estamos aqui empenhados em continuar a lutar para que sejam superadas as dificuldades e sejam criados novos momentos e se possa continuar a crescer a democracia, a afirmar um Estado soberano, um Estado democrático, um Estado livre, onde haja bem- estar para toda a população", enfatizou.
"É isso que desejamos. Temos uma pátria comum que é a língua portuguesa. Queremos contribuir para o desenvolvimento dessa pátria comum, que é a língua portuguesa", frisou.
José Luís Arnaut recordou ainda os acontecimento por que passou há cerca de quatro anos, então na qualidade de ministro Adjunto do primeiro-ministro, durante a visita oficial que então efectuou a Timor-Leste.
"Há quatro anos estava aqui, como ministro, quando houve uma tentativa de golpe de estado, em que por razões excepcionais teve que se assumir o comando das tropas portuguesas fora das Nações Unidas para repor a ordem pública e evitarem-se mais mortos que aqueles que houve", salientou.
"Foram momentos muito difíceis. Foram, talvez, em toda a minha vida, os momentos mais intensos que vivi, aquelas 48 horas difíceis, de violência, de muitos confrontos e onde também era necessário muito sangue frio", recordou.
No dia 04 de Dezembro de 2002, diversos actos de violência em vários pontos da capital, provocaram pelo menos dois mortos e avultados estragos materiais, entre os quais a residência particular do então primeiro-ministro Mari Alkatiri, tendo os "capacetes azuis" portugueses intervido na reposição da ordem pública.
Antes de partir quinta-feira para a Indonésia, para prosseguir a viagem de trabalho que iniciou na Austrália, a delegação parlamentar portuguesa tem previstos encontros com diversas entidades, designadamente o primeiro-ministro José Ramos Horta, os bispos de Díli e Baucau, e uma visita ao quartel da GNR e à Escola Portuguesa.
EL-Lusa/Fim
.
Sem comentários:
Enviar um comentário