Díli, 24 Nov (Lusa) - O primeiro-ministro timorense e o embaixador de Portugal despediram-se hoje no aeroporto de Díli dos militares do 1º contingente da GNR, que regressam após 151 dias de missão em Timor-Leste, 90 dos quais ao serviço da ONU.
"Obrigado a todos. Façam boa viagem e até daqui a uns meses", foram as palavras do primeiro-ministro José Ramos Horta aos militares portugueses, que receberam também cumprimentos de despedida do embaixador de Portugal em Díli, João Ramos Pinto, e do comissário Antero Lopes, comandante da polícia da ONU (UNPOL).
Em declarações à Lusa, Ramos Horta salientou ter feito questão de se despedir dos militares portugueses, recordando que já em Junho tinha estado em Baucau, leste do país, aquando da chegada daqueles efectivos a Timor-Leste.
"Vim aqui para dizer um último adeus. Estive em Baucau a recebê-los quando chegaram e faço questão de vir ao aeroporto despedir-me deles e entregá-los todos inteirinhos às suas famílias. Chegaram em boa saúde e partem sãos e salvos, depois de uma missão difícil, mas uma missão cumprida", salientou.
Relativamente ao 2º contingente, que chegou hoje a Dìli, Ramos Horta manifestou-se convicto que efectuará igualmente um trabalho ao nível dos camaradas do 1º contingente.
"Ainda estamos numa situação (de segurança) frágil, com altos e baixos. A situação melhorou muito, comparando com o que se passava há meses atrás, mas mesmo assim ainda difícil", destacou.
Ramos Horta revelou que na segunda-feira o seu governo enviará cartas ao secretário-geral da ONU, Conselho de Segurança e governo português para o envio de uma companhia adicional da GNR.
"Alguns desafios se avizinham, como por exemplo as eleições em 2007. Daí que há meses falei com ONU e com o ministro (da Administração Interna português) António Costa, após consultas com o Presidente Xanana, sobre a importância de prevenirmos e termos aqui mais uma força de dissuasão, da GNR", revelou.
"Essa companhia adicional poderia ser colocada, por exemplo, na zona leste do país, que é uma zona, na altura das eleições, sempre um pouco volátil", acrescentou.
O 1º contingente, comandado pelo capitão Gonçalo Carvalho, efectuou cerca de 1000 patrulhas, trabalhando mais de 3.800 horas, percorrendo mais de 170 mil quilómetros e acorrendo a mais de 350 incidentes.
Os militares da GNR apresentaram em Tribunal mais de 100 detidos e identificaram mais de 300 outros, como responsáveis pelos distúrbios em Díli.
Nos últimos meses, a GNR assegurou a segurança pessoal do primeiro-ministro Ramos Horta e do ministro do Interior, Alcino Barris.
O 2º contingente, comandado pelo capitão Jorge Barradas, integra militares com experiências de missão em vários teatros de operações, nomeadamente Timor-Leste e Iraque.
EL/MF Lusa/Fim
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