segunda-feira, novembro 27, 2006

Timor Leste: Só a indignação fará terminar a crise?

Ponto Final (Macau) - 26/11/06 - 17:35

A violência não pára em Timor-Leste. Esta semana registou-se a primeira vítima entre cidadãos estrangeiros, com a morte de um pastor evangélico brasileiro. Xanana Gusmão prossegue com a publicação de cartas de ajuste de contas com a cúpula da FRETILIN. O clima de medo instalou-se mesmo entre a Comissão que a presidência instituiu para tentar a reconciliação. Quando muitos se questionam sobre a viabilidade do país, o PONTO FINAL conta com a visão do representante timorense junto do Fórum China – Países de Língua Portuguesa para tentar perceber o que se passa.

Os tempos estão conturbados em Timor-Leste e não se percebe o que fará alterar a situação de violência que, desde Abril, não pára. Nem a substituição do primeiro-ministro, Mari Alkatiri, por José Ramos-Horta, num processo ainda hoje de contornos pouco claros e passível de leituras multiplas travou os assassinatos e a destruição.

Ao longo das últimas semanas o presidente Xanana Gusmão tem publicado extensas cartas onde se declara claramente como adversário da liderança do partido maioritário no parlamento e suporte do governo, a FRETILIN.

Ramos-Horta surgiu esta semana a dizer que será a indignação dos timorenses que vai ajudar a acabar com a actual onda de violência. "Temos confiança que a indignação da nossa própria gente, a indignação dos timorenses, vai ajudar a pôr termo a esta onda de violência", afirmou José R amos-Horta.

Isto após a morte do pastor evangélico brasileiro Edgar Gonçalves Brito e do timorense José Barros - este membro da Comissão de Reconciliação Comunitária.

Ramos-Horta reconheceu que a morte do brasileiro, a primeira de um cidadão estrangeiro desde o início da crise em Timor-Leste, em Abril, "terá efeitos na mente das pessoas", embora sublinhe que não se tratou de uma "acção premeditada contra cidadãos estrangeiros".

Certo é que mais de 50 pessoas foram mortas em Timor-Leste desde o início da crise político-militar, em Abril, que provocou ainda cerca de 180 mil deslocados.

Autor: Rodolfo Ascenso

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