TSF - 5a-feira, 09 de Novembro 06, 11:51
No discurso do balanço dos primeiros cem dias de governação, o primeiro-ministro de Timor-Leste, Ramos-Horta, apontou a reconciliação e a tolerância como a receita para a crise.
José Ramos-Horta apontou, esta quinta-feira, a reconciliação e a tolerância como a receita para a crise, durante um discurso no Parlamento Nacional, em que fez o balanço dos primeiros cem dias de governação.
Entre as prioridades imediatas, o primeiro-ministro timorense destacou o regresso dos deslocados às áreas de residência e a construção de casas e acolhimento provisórios.
Por outro lado, apelou à reactivação das forças de defesa e segurança, uma maior execução dos projectos orçamentados, a preparação das eleições de 2007 e a ratificação parlamentar dos documentos que regulamentam a exploração petrolífera conjunta no Mar de Timor com a Austrália.
Na sua intervenção, Ramos-Horta disse ainda que o II Governo Constitucional «continua a ser o governo da FRETILIN», partido maioritário timorense, cuja liderança felicitou por ter sabido «sempre reagir com seriedade evitando o agravamento da crise» e impedindo o país de «resvalar para uma guerra civil».
Logo de seguida, o governante fez uma referência especial ao seu antecessor Mari Alkatiri, realçando que trabalhou com «um amigo durante mais de 30 anos na luta pela libertação» do país.
Sobre o problema da segurança interna em Timor-Leste, Ramos-Horta considerou que evoluiu de «modo positivo» nos últimos dias, apesar de reconhecer que, em Díli, a situação «permanece ainda intensa».
No entender do chefe do Governo, a responsabilidade dos actos de violência que ainda se verificam deve-se a «jovens organizados em grupos com motivações mais crimimais do que propriamente políticas».
No domínio da política externa, o governante anunciou uma visita a Portugal no início de 2007, país com quem disse estarem a decorrer, de forma «favorável», as negociações com vista à definição do programa de cooperação para os próximos três anos, com prioridade nas áreas da Educação e Justiça.
O relacionamento com a vizinha Austrália mereceu igualmente destaque no seu discurso, tendo Ramos-Horta justificado a proximidade geográfica como imperativo para o desenvolvimento de relações «cada vez mais estreitas em todos os domínios».
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