sexta-feira, novembro 10, 2006

A ONU aumenta as patrulhas em Timor-Leste

ABC Online
Sexta-feira, Novembro 10, 2006

A ONU diz que aumentou as patrulhas da polícia na capital de Timor-Leste, Dili, para prevenir o desassossego.

Quase 1,000 oficiais de polícia da ONU estão agora a trabalhar no país, com cerca de 50 patrulhas a operaram 24 horas por dia em Dili.

Mais de 900 tropas Australianas permanecem em Timor-Leste para assistir o Governo e a ONU a restaurarem a segurança depois de ter irrompido desassossego civil em Maio.

1 comentário:

  1. Cem dias do Governo foram "muito difíceis"
    Jornal de Notícias, 10/11/06

    Os primeiros 100 dias de José Ramos-Horta à frente do Governo timorense foram "difíceis", reconhece o primeiro-ministro, explicando que tal se deve ao facto de não terem sido cumpridas as expectativas de rápida estabilização e de maior segurança que todos esperavam. O balanço surge, aliás, no mesmo dia em que o elenco sofreu a primeira baixa com a demissão da vice-ministra da Justiça, Isabel Ferreira, e foi confrontado com o sequestro (ver caixa) de sete trabalhadores humanitários.

    A chegada das forças internacionais, entre finais de Maio e princípios de Junho, na sequência de um pedido de apoio das autoridades timorenses à Austrália, Malásia, Nova Zelândia e Portugal para pôr termo à violência, não impediu a "destruição de grande parte de alguns bairros de Díli," reconhece Ramos-Horta.

    Para o primeiro-ministro, os responsáveis pela violência são antigos membros das milícias, que puseram o país a ferro e fogo em 1999. "Trata-se de elementos que já então usavam da violência, que fugiram para a Indonésia, mas que em 2000 e 2001 regressaram no quadro do repatriamento", precisou Ramos-Horta.

    Campos de acolhimento

    Relativamente aos mais de 23 mil deslocados que ainda se encontram nos cerca de 60 campos de acolhimentos espalhados por Díli, Ramos-Horta reafirmou a política governamental de que "não existem condições de insegurança que justifiquem a continuação dos deslocados".

    Até às eleições, a realizar até 20 de Maio de 2007, Ramos-Horta elegeu como prioridades a consolidação da segurança e estabilidade no país.

    Segundo o diário "Timor Post", que se publica em Díli, a demissão de Isabel Ferreira (mulher de Taur Matan Ruak) foi requerida pelo presidente da República, Xanana Gusmão, invocando a incompatibilidade do cargo no Governo e do trabalho que ela desempenhava na Comissão Verdade e Amizade, órgão criado conjuntamente por Timor-Leste e pela Indonésia em 2005, para apurar a verdade material dos crimes ocorridos em 1999, na sequência da saída indonésia.

    Em Lisboa, onde se encontra para tratamento médico, o ex-primeiro-ministro, Mari Alkatiri, admitiu candidatar-se às próximas eleições, mas sublinhou que a última palavra caberá à FRETILIN, partido que lidera.

    Deslocados sequestraram trabalhadores humanitários

    Sete trabalhadores humanitários estiveram ontem sob sequestro dos residentes no campo de deslocados em Metinaro, 45 quilómetros a leste de Díli, mas o incidente foi resolvido com a sua libertação.

    Os reféns, que foram obrigados a entregar aos deslocados as chaves das suas viaturas, foram envolvidos num protesto em que era exigida mais ajuda humanitária.

    Dois dos reféns tinham nacionalidade australiana e britânica, e os restantes eram timorenses, todos funcionários da PLAN, uma organização não-governamental britânica criada em 1937 e que desenvolve projectos de assistência humanitária em vários países.

    A situação obrigou à deslocação de efectivos da UNPOL para o local, incluindo militares da GNR, mas não foi necessário usar da força para resolver o incidente.

    Actualmente, 93 mil pessoas - 23 mil em Díli e 70 mil fora da capital -, vivem em campos de deslocados criados em resultado da crise político-militar de Abril.
    http://jn.sapo.pt/2006/11/10/mundo/cem_dias_governoforam_muito_dificeis.html

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