terça-feira, novembro 21, 2006

Marcha silenciosa contra a violência em Timor-Leste

Protesto
Diário de Notícias, 21/11/06
Por: Armando Rafael

Centena e meia de brasileiros residentes em Timor-Leste vão desfilar hoje numa marcha silenciosa pelas ruas de Dili, em protesto contra a violência que provocou a morte a Edgar Brito, o pastor evangélico que foi assassinado no domingo.

Nesta marcha, que vai percorrer a parte central da cidade e terminar junto à igreja de Motael, deverão participar outras comunidades de estrangeiros que vivem no país, e que têm estado a ser convocados por sms, de acordo com a Lusa.

Edgar Brito foi o primeiro estrangeiro a ser vítima dos confrontos que se têm verificado na capital timorense, tendo, aparentemente, sido atingido pela violência entre grupos rivais de jovens timorenses, quando se dirigia para sua casa.

A morte deste pastor evangélico foi já condenada pelo governo timorense, tendo o primeiro-ministro Ramos Horta expressado a sua tristeza e indignação. “Trata-se de uma notícia trágica”, frisou Ramos-Horta, num primeiro comentário à morte de Edgar Brito, que, segundo o mesmo responsável, acabou por ser “vítima de pessoas que têm muito ódio dentro de si”.

Numa reacção posterior, Ramos-Horta viria a manifestar ainda esperança de que a morte deste cidadão brasileiro pudesse levar a população timorense a reagir, ajudando a acabar com a violência, num dia em que foi descoberto um outro cadáver: o de João de Barros, membro da comissão de reconciliação comunitária e que estava desaparecido.

O que ajuda a compreender melhor o apelo lançado pelo embaixador de Portugal em Timor-Leste, instando as cinco centenas de portugueses que residem no território a evitarem zonas de risco.

A declaração de Ramos-Horta depois das autoridades de Díli terem pedido à ONU que reforçasse as medidas de segurança, de forma a que os assassinos do pastor brasileiro fossem capturados.

Neste ambiente que se vive em Dili, não surpreende que terceiro artigo de opinião do Presidente Xanana Gusmão sobre a crise timorense não tivesse suscitado, para já, grandes reacções no país.

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