Díli, 07 Nov (Lusa) - O líder da FRETILIN, Mari Alkatiri, remeteu hoje para "mais tarde" uma resposta do partido maioritário em Timor-Leste às violentas acusações feitas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, num texto de opinião publicado segunda-feira na imprensa timorense.
"A carapuça serve a quem servir", limitou-se a dizer Mari Alkatiri à agência Lusa em Díli, referindo que tinha já falado sobre o assunto com o presidente do partido, Francisco Guterres "Lu-Olo", mas remetendo uma posição colectiva da FRETILIN "para mais tarde".
A resposta da FRETILIN deverá ser divulgada somente depois da publicação da segunda parte do texto de Xanana Gusmão, inicialmente prevista para hoje, mas que, segundo disse à Lusa fonte da Presidência da República, "está ainda a ser trabalhada".
O texto, publicado segunda-feira em língua portuguesa no Jornal Diário Nacional e hoje em tétum nos restantes dois diários da capital timorense, o Timor Post e o Suara Timor LoroSae, rebate ponto por ponto um documento aprovado na última reunião do Comité Central da FRETILIN, de 29 de Outubro.
Nesse documento, intitulado "Análise da Situação e Perspectivas", a FRETILIN denuncia a actual crise no país como resultando essencialmente de um conflito de natureza política, "onde o desrespeito pela ordem constitucional democrática e os meios e formas de agir reflectem o carácter profundamente antidemocrático e golpista".
Segundo esta tese, este plano conspirativo terá começado logo em 2002, com "a tentativa de forçar a criação de um Governo de Unidade Nacional", tendo a ssumido, ainda segundo a FRETILIN, diversas formas até à crise actual.
No seu texto, intitulado "As Teorias das Conspirações", Xanana Gusmão a cusa a FRETILIN e o seu Comité Central de "total falta de honestidade política" considerando o documento aprovado por aquele órgão partidário como um "insulto" à inteligência.
Xanana Gusmão anunciou que na segunda parte do texto abordará a passagem do documento da FRETILIN em que o partido liderado por Mari Alkatiri afirma que, "durante estes quatro anos, um plano bem traçado de contra-inteligência foi sendo implementado".
Em resultado da crise, marcada pela desintegração da Polícia Nacional e divisões nas forças armadas, Mari Alkatiri pediu a demissão do cargo de primeiro-ministro, tendo sido substituído no cargo há mais de três meses pelo seu minis tro dos Negócios Estrangeiros e da Cooperação, José Ramos-Horta.
EL-Lusa/Fim
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