segunda-feira, novembro 06, 2006

De um leitor

Um tecto cor de chumbo forra o céu. À hora marcada, a chuvada cai forte, sem vento, dissolvendo o calor sufocante que abafava a atmosfera. A chuva transforma-se em fumo ao tocar o chão quente e inunda o ar de um perfume fresco a terra molhada. As goteiras pingam placidamente, molhando o jardim. As ribeiras despertam da longa hibernação, ganhando vida, primeiro com um indolente bocejo e depois correndo desenfreadamente pela encosta abaixo.

Depois pára subitamente como começara. Chega a humidade e reclama o seu território. As folhas e ramos ornamentam-se de pequenas gotas que parecem pérolas de água. As formigas, expulsas dos seus túneis, emergem enlouquecidas sem saber o que fazer.

Chegou a estação das chuvas! Até amanhã à mesma hora!

H. Correia
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3 comentários:

  1. H.Correia, a sua descrição do inícia de época das chuvas é cheia de magia, descrevendo a atmosfera maravilhosamente!

    Lindo!

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  2. Sim H Correia, chegou a estação da chuva e com o lamaçal, os mosquitas, a malária e o dengue.

    Como vai ser a vida do nosso povo sem tecto a viver ao monte sem qualquer hegiene. Esta instabilidade jea vai longe de mais. Desde de Abril neste sarrabulho e aind não se chegou a uma solução sobre tudo isto. Será que he medicamentos suficientes par se combater a malária? O Dr Rui Araújo deve estar a dormir de olhos abertos sobre a melhor forma de poder assister essa gente. O Dr Dan Murphy não tem mãos a medir. O número de pessoas que o procuram aumenta cada vez mais.

    Haja paz e saude

    KUda Talin (Rebo Rebo)

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  3. Sei o que é lamaçal, quando as estradas não eram alcatroadas: Dili-Maubisse em 4 horas, se não houvesse pontões caídos.

    Sei bem o que é o paludismo, Kuda Talin. O dengue não, que não havia naquele tempo.

    Não me esqueci do povo sem tecto, que tenho defendido várias vezes aqui. Mas alguns andam esquecidos.

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