Expresso.pt
26.11.2006
Na semana em que a GNR partiu para Díli, a ONU avisa que o caos está de volta.
A ONU emitiu esta semana um alerta para todos os estrangeiros em Timor-Leste, avisando-os que correm risco de vida. Esta nota foi feita na sequência da morte do missionário brasileiro, no passado domingo, em Díli, cujo relatório policial, a que o Expresso teve acesso, dá conta de um notório sentimento antiaustraliano que se está a registar naquele país.
Segundo este documento oficial, várias testemunhas do momento de agressão a Aurélio Brito, 25 anos, cujo carro foi atacado por jovens armados no centro da capital timorense, relataram ter ouvido a multidão gritar “Vamos matar os australianos! Matem os australianos”.
A polícia da ONU, onde estão integrados elementos da GNR e da PSP, entre forças de segurança de outras nacionalidades (incluindo australianas), considerou que, apesar do episódio evidenciar apenas uma ameaça sobre os cidadãos australianos, todos os estrangeiros “são alvos potenciais”, “porque os agressores não distinguem nacionalidades no meio dos ataques”. “Todos os estrangeiros devem tomar medidas preventivas para enfrentar ameaças e possível assassínio”, diz o relatório de segurança.
Fontes policiais acrescentaram que as avaliações de ameaça feitas pelas autoridades dão como muito previsível um grande aumento de violência entre gangues, na próxima semana.
É este cenário que vão encontrar os 120 militares da GNR, que, na quarta-feira, partiram para Timor, para substituir o 1º subagrupamento Bravo. No total, a GNR conta com 150 militares, estando a preparar o envio de mais 120 - um 2º subagrupamento solicitado por Díli.
Entretanto, subsiste algum mal-estar entre os elementos da PSP, que viajaram para Timor no mês passado. Conforme o Expresso noticiou, estes viajaram em voo civil pelo que não puderam levar as suas armas, que chegaram esta semana, mas sem munições. Entretanto, a PSP utiliza balas emprestadas.
Valentina Marcelino.
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Sou timorense, vivo em Timor e falo todos os dias com gente do povo. Sei quem sao os timorenses interessados em viver em ambiente de paz, mas nao consigo deslumbrar quem sao os grandes sehores que, silenciosamente, vao distribuindo dolares aos desordeiros, aos ladroes e aos assassinos, para urgirem a paz quando estao visiveis e praticarem os maldosos actos encomendados por quem lhes paga, quando a noite cai e a escuridao das ruas os protegem. Portanto, nao sei nem vislumbro quem sao, mas desconfio. Conheco Dili e as suas gentes tao bem como as minhas maos, mas apenas desconfio. Penso, por isso, que os senhores da ONU, que mal conhecem Timor e os timorenses, no maximo, tambem apenas desconfiam que todos os estrangeiros correm perigo de vida porque o destino quiz que um homem bom do Brasil caisse nas maos assassinas desses bandidos pagos por gente de boa aparencia mas maldosa ate aos intestinos. Desconfiam, mas nao sabem. Eu tambem desconfio, mas nada mais que isso. La por desconfiar nao vou alarmar o mundo sobre o risco que correm todos quantos vieram dar a mao aos timorenses. Nao vejo, sinceramente, como eh que eh possivel, uma instituicao com a experiencia e a credibilidade da ONU, pode, tao levianamente, tirar conclusoes dessa natureza. Tambem acho que eh elaborar num erro enorme quando se diz que os timorenses estao cada vez mais revoltados contra os australianos. Alguns deles tambem teem sido vitimas de ataques desses vandalos e assassinos a soldo de interesses politicos e economicos, mas isso nao quer dizer que se pode concluir, tambem levianamente, que os timorenses nao gostam dos australianos. Sera que, quando a vitima dos assassinos eh um timorense, vamos poder concluir que eles estao revoltados contra os timorenses? Os assassinos nao escolhem as suas vitimas, isso sim, seja ele brasileiro, australiano etc ou mesmo timorense. Para bem de Timor, rogo-vos para nao transformem um mosquito num elefante.
ResponderEliminarBem haja