1 de Junho de 2006
- Tropas australianas encontram armas e explosivos no bairro Caicoli, pertencentes a um militar e à sua esposa que é membro da PNTL.
- Presidente da República, Xanana Gusmão apela à unidade nacional e à restauração da paz no país.
- Reunião do Conselho de Ministros, onde o Ministro do Interior, Rogério Lobato, e o Ministro da Defesa, Roque Rodrigues, pedem a demissão.
- Ramos Horta e Alcino Baris assumem interinamente as pastas da Defesa e do Interior respectivamente.
- Rogério Lobato diz que assume a responsabilidade pela situação no país e em particular pela desagregação do comando geral da PNTL.
2 de Junho de 2006
- Major Reinado afirma que assume a liderança de todas as forças militares nas montanhas e exige a demissão do Governo chefiado pelo Primeiro Ministro Mari Alkatiri.
4 de Junho de 2006
- 20 efectivos da GNR chegam a Dili.
- Reunião do Conselho Superior de Defesa e Segurança que define a necessidade de elaboração do inventário do armamento da PNTL e das F-FDTL.
- Saque aos Ministérios do Desenvolvimento, da Agricultura, Florestas e Pescas, Recursos Naturais, Minerais e da Política Energética, do Tribunal de Recursos e de um armazém do Governo no bairro Fomento.
5 de Junho de 2006
- GNR inicia formalmente o patrulhamento em Dili.
- Ministro da Defesa Ramos Horta reune-se com militares rebeldes para formas de diálogo com vista a resolução da crise político-militar.
- Parlamento aprova por unanimidade, uma resolução de apoio às medidas anunciadas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão, para ultrapassar a crise.
6 de Junho de 2006
- Manifestantes ameaçam boicotar a acção governativa e o Parlamento se o Presidente Xanana não demitir o Primeiro-Ministro dentro de 48 horas e formar um governo de transição.
- Primeiro-Ministro, Dr. Mari Alkatiri convoca uma reunião do Gabinete de Crise.
- Presidente da República, Xanana Gusmão, recebe o Major Tara, no Palácio Presidencial.
7 de Junho de 2006
- Líderes rebeldes dizem-se disponíveis para pôr fim ao conflito, desde que haja negociações.
- ONU estima que 130 mil pessoas estejam nos campos de deslocados em Dili.
- Primeiro Ministro Mari Alkatiri afirma que não há condições para eleições gerais antecipadas, pois ainda não existe a lei eleitoral nem instituições criadas preparadas para o efeito.
- Primeiro Ministro Mari Alkatiri afirma que sectores conservadores da Austrália estão por detrás da crise político - militar em Timor-Leste.
8 de Junho de 2006
- Em Ermera, a sede do Comité Sub-Distrital da FRETILIN, em , e a casa do Vice-Coordenador da FRETILIN são queimadas; o representante do partido é atacado.
- Railós, numa entrevista à cadeia de televisao da Australia, ABC, na presença do Ministro Ramos-Horta, numa cerimónia bem organizada e com participação de muitos jornalistas, alega que um grupo de civis, por ele comandado, recebera armas do Ministro do Interior, Rogério Lobato, no início de Maio, a mando do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alakatiri, para eliminar os opositores políticos da FRETILIN.
- Primeiro Ministro, Dr. Mari Alakatiri, aceita uma investigação independente das Nações Unidas para analisar os acontecimentos de 28 de Abril , 23, 24 e 25 de Maio 2006.
9 de Junho de 2006
- Ramos Horta faz uma declaração, e diz que aceita ser Primeiro Ministro se o partido FRETILIN o convidar.
- Forças internacionais fazem o inventário das armas das F- FDTL
10 de Junho de 2006
- Fernando Lasama do PD diz que teme pela sua vida.
- Militares australianos invadem uma casa de médicos cubanos, em Dili, à procura de armamento.
11 de Junho de 2006
- Líderes rebeldes e alguns deputados reunem-se em Maubisse com os seguintes objectivos:
1) alterar a Constituição da República de forma a conceder mais poderes ao Presidente da República, Xanana Gusmão;
2) dissolver o Parlamento.
- O Presidente Xanana encontra-se com o líder dos peticionários, Gastão Salsinha.
12 de Junho de 2006
- Presidente da FRETILIN, Francisco Lu-Olo, dirige uma mensagem aos militantes do partido.
13 de Junho de 2006
- Resolução contra a violência, proposta pelos deputados da FRETILIN, é aprovada por maioria no Parlamento.
14 de Junho de 2006
- Presidente discursa no Parlamento, garantindo que vai respeitar a Constituição da República Democrática de Timor-Leste.
- Conselho de Ministros aprova o Orçamento de Estado, de 315 milhões de US dólares.
- Governo de Timor-Leste pede o regresso dos Capacetes Azuis das Nações Unidas.
15 de Junho de 2006
- Austrália rejeita a vinda dos capacetes azuis para Timor-Leste.
16 de Junho de 2006
- O líder dos militares rebeldes, o Major Reinado, entrega 12 armas e outro equipamento militar às forças australianas em Maubisse.
17 de Junho de 2006
- O ex-Ministro do Interior, Rogério Lobato, em entrevista ao semanário português, Expresso, reconhece que armou alguns antigos guerrilheiros para servirem de pisteiros.
18 de Junho de 2006
- Realiza-se em Lisboa a reunião da CPLP para discutir a situação em Timor-Leste.
- Jacarta decide reabrir a fronteira com Timor-Leste.
19 de Junho de 2006
- As forças internacionais executam um mandado de captura, com a figura de Oan Kiak, um ex-membro das FALINTIL acusado de estar envolvido na morte de 8 polícias no dia 25 de Maio.
- Ramos Horta diz que continuam a existir muitos grupos bem armados.
- Programa “Four Corners” transmitido no canal televisivo australiano, ABC, mostra Railós a acusar Rogério Lobato e Mari Alkatiri de terem criado um esquadrão da morte ao serviço do partido.
- Detido por militares australianos, Abílio Mesquita, (Mau Soko) do comando distrital da PNTL de Dili, com ligações aos grupos de artes marciais, suspeito de ter participado no ataque à casa do General Matan Ruak e a outros ataques a casas em Dili. São encontrados armamento e munições em sua casa.
20 de Junho de 2006
- Num comunicado feito à imprensa, pelo Gabinete do Primeiro Ministro, este rejeita as alegações de Railós.
- Centenas de manifestantes concentram-se à frente do palácio do Governo e pedem a demissão do Primeiro Ministro.
- Ministério Público decreta prisão domiciliária ao ex-ministro Rogério Lobato, com base na alegação de ter armado um grupo de civis.
- Presidente da República, Xanana Gusmão, exige a demissão do Chefe do Governo, por carta enviada ao Gabinete do Primeiro Ministro, acompanhada de uma cassete, dizendo que, após ter visto o programa “Four Corners” tinha perdido a confiança política no Primeiro Ministro. “Só me resta dar-lhe oportunidade para se resignar depois de ouvido o Conselho de Estado ou eu o demitirei. Espero resposta até 17 horas de hoje”- extracto da carta do Presidente da República ao Primeiro Ministro.
21 de Junho de 2006
- Reunião do Conselho de Estado em que o Presidente da República, Xanana Gusmão, ameaça demitir-se.
- Mari Alkatiri, na qualidade de Secretário Geral da FRETILIN, efectua consultas ao Comité Central da FRETILIN sobre a sua continuidade à frente do governo.
22 de Junho de 2006
- Presidente discursa à Nação, e faz graves críticas a FRETILIN e diz que pretende a sua carta de demissão ao Parlamento Nacional.
- Presidente no seu discurso declara que não aceita o resultado do Congresso, e exige que a Comissão Politíca Nacional da FRETILIN organize imediatamente um Congresso Extraordinário para a eleição da direccção do partido.
23 de Junho de 2006
- Presidente Xanana afirma, num encontro com manifestantes que “ganhamos esta guerra” e evidencia claramente uma ligação estreita com Railós e o Major Tara.
- Bispo de Dili, Dom Alberto Ricardo, defende a demissão do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri.
24 de Junho de 2006
- 2000 manifestantes, uma grande parte crianças, em frente ao Palácio do Governo em Dili, a pedirem a demissão do Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri e a dissolução do Parlamento.
25 de Junho de 2006
- Reunião extraordinária do Comité Central da FRETILIN decide manter o Dr. Mari Alkatiri como Primeiro-Ministro.
- Ramos Horta e Ovídio de Amaral anunciam a sua demissão do Governo, através dos media.
- Fernando Lasama afirma que o Presidente vai dissolver o Parlamento e demitir o Governo.
26 de Junho de 2006
- Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri anuncia publicamente que “está pronto para demitir-se” do cargo de Primeiro Ministro, em conferência de imprensa, ao final da manhã.
- No início da tarde, o Primeiro Ministro, Dr. Mari Alkatiri, comunica oficialmente a sua demissão, por meio de carta enviada ao Presidente da República, Xanana Gusmão.
- O Presidente da República aceita oficialmente o pedido de demissão do Dr. Mari Alkatiri, através de carta enviada ao mesmo.
- Ian Martin enviado especial do Secretário Geral da ONU a Timor-Leste chega a Dili acompanhado de 20 peritos da ONU.
- Armindo Maia, César da Cruz, Egídio de Jesus , Virgílio Smith e Luís Lobato anunciam também a sua demissão através de conferência de imprensa.
- Primeiro-Ministro australiano John Howard congratula-se com a demissão do Primeiro Ministro Mari Alkatiri. *
27 de Junho de 2006
- 18 mil militantes e simpatizantes da FRETILIN reunem-se em Metinaro, nos arredores de Dili.
- Reune-se o Conselho de Estado.
28 de Junho de 2006
- O Presidente e o Secretário Geral da FRETILIN vão à Hera falar com os militantes da FRETILIN que já vinham de Metinaro a caminho de Dili.
- Emissões da rádio e da televisão nacional são suspensas após um ataque às suas instalações, por terem transmitido a notícia da concentração de milhares de apoiantes à FRETILIN.
- Continua a violência em Dili, sendo os campos de refugiados atacados por grupos desconhecidos.
- Manifestantes organizados pelo major Alves Tara saem de Dili, respondendo às ordens dadas pelo Presidente da República, Xanana Gusmão.
29 de Junho de 2006
- Jovens apedrejam os manifestantes da FRETILIN.
30 de Junho de 2006
- Presidente da República, Xanana Gusmão, fala aos manifestantes da FRETILIN em frente ao Palácio do Governo.
- Presidente Xanana é vaiado pelos manifestantes da FRETILIN.
- Presidente e o Secretário Geral da FRETILIN voltam a falar aos manifestantes em frente ao Palácio do Governo.
- Manifestantes da FRETILIN regressam a casa, obedecendo ao pedido do Presidente Lu Olo e do Secretário Geral, Dr. Mari Alkatiri.
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