quarta-feira, outubro 18, 2006

Ramos-Horta reafirma "total confiança" em comandante das forças armadas

Díli, 18 Out (Lusa) - O primeiro-ministro timorense, José Ramos-Horta, rea firmou hoje "total confiança" no comandante das forças armadas, brigadeiro-gener al Taur Matan Ruak, alvo de uma recomendação da comissão de ONU para que seja re sponsabilizado criminalmente por ter distribuído armas a civis.

Em comunicado enviado à Agência Lusa, José Ramos-Horta, que acumula a chef ia do governo com a pasta da Defesa, salienta que falou com Taur Matan Ruak, que lhe disse aceitar as conclusões da comissão, cujo relatório classificou como "j usto e equilibrado".

"Como ministro da Defesa, regozijo-me em dizer que falei com o general Tau r Matan Ruak e que ele expressou a aceitação do relatório, que classificou como bastante justo e equilibrado", lê-se no comunicado hoje divulgado.

O relatório da Comissão Especial de Inquérito Independente da ONU foi divu lgado terça-feira e contém várias recomendações ao sistema judicial timorense pa ra que proceda criminalmente contra antigos membros do governo, responsáveis das forças armadas e da polícia e também civis.

O relatório passou em revista as razões da crise político-militar desencad eada em Abril e chamou a atenção para as responsabilidades individuais nesses ac ontecimentos.

Relativamente aos factos que a comissão imputou a Taur Matan Ruak, o prime iro-ministro salientou que ao longo da crise o comando das Falintil-Forças de De fesa de Timor-Leste (F-FDTL) "demonstraram zelo e disciplina".

"Sabe-se que a liderança das F-FDTL não esteve envolvida em qualquer encob rimento das alegações sobre a distribuição de armas aos antigos combatentes", pr ossegue o texto do comunicado.

O primeiro-ministro destacou o facto de que quando o comando das F-FDTL re cebeu ordens para desarmar todos os antigos combatentes, que tinham recebido arm as, elas foram cumpridas de imediato.

Ramos-Horta recordou ainda que uma comissão internacional, em que particip aram os adidos de defesa da Austrália, Portugal, Malásia, Nova-Zelândia, Reino U nido e Estados Unidos, "participou na contagem e confirmação das armas atribuída s às forças armadas, verificando que todas estavam acondicionadas em segurança n o arsenal das F-FDTL".

O primeiro-ministro referiu-se ainda ao alegado massacre perpetrado por mi litares em Taci Tolo, a 28 e 29 de Abril que, por ser desmentido no relatório, v eio reforçar a sua convicção de que tal massacre nunca teve lugar.

"Desta forma, uma das principais razões para o ressentimento e desconfianç a para com as F-FDTL foi agora anulada. Acredito que, aos olhos dos timorenses, isso vai ajudar a restaurar o prestígio e a credibilidade das forças armadas", f risou.

Ramos-Horta acrescenta que o relatório da comissão da ONU está a ser anali sado pelos efectivos das F-DDTL e deve ser debatido com "serenidade, coragem e h umildade, para que, aprendendo a partir dos erros cometidos, contribua para que as forças armadas recuperem a glória do passado e prestígio".

EL-Lusa/Fim

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