Jornal da Madeira - 13 de Outubro de 2006
Alkatiri critica relatório falho de “objectividade”
Mari Alkatiri manifestou-se em tom crítico relativamente ao relatório divulgado, terça-feira, pelo International Crisis Group, intitulado "Resolver a Crise em Timor-Leste". Para o ex-primeiro-ministro timorense, o documento enferma de "falta de objectividade" e de "seriedade intelectual".
A Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT) aprazou para "dentro de dias" a divulgação do relatório da comissão de inquérito que identificará os responsáveis pela violência ocorrida no país nos meses de Abril e Maio.
O ex-primeiro-ministro timorense Mari Alkatiri denunciou, ontem, a "falta de objectividade" e de "seriedade intelectual" do relatório divulgado, terça-feira, pelo International Crisis Group (ICG), intitulado "Resolver a Crise em Timor-Leste", que acusou basear-se em "pressupostos preconceituosos".
Na sua reacção, distribuída pelo Departamento de Informação e Mobilização da FRETILIN, partido maioritário timorense, que lidera, Alkatiri refere que o relatório é da autoria de Sydney Jones, lamentando que "use o nome de uma organização respeitável para transmitir uma mensagem muito pouco objectiva".
“Interpretações pessoais” em vez de referir factos
"A autora esconde-se atrás da credibilidade do ICG para transmitir opiniões e recomendações baseadas em interpretações pessoais e factos falsos, rumores e boatos em vez de apresentar factos a partir de uma pesquisa séria e objectiva", acrescentou Alkatiri.
O relatório foi divulgado, terça-feira, e, ao longo de 32 páginas, o ICG analisa a crise iniciada no início do ano com a petição de um grupo de militares que se queixava de discriminação e a violência que se seguiu, até à entrada em cena de forças internacionais e à aprovação pelo Conselho de Segurança da ONU de uma nova missão alargada para Timor-Leste.
Nas conclusões do texto, o ICG salienta que o Presidente Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem abster-se de participar nas eleições previstas para 2007 em Timor-Leste, caso contrário a situação pode voltar a degenerar em violência.
"Xanana Gusmão e Mari Alkatiri devem pensar no impensável esquecer qualquer papel nas eleições para que novos líderes possam emergir", lê-se nas conclusões.
Mari Alkatiri acusa designadamente a autora do relatório de "combinar peças perdidas numa tentativa de montar um quebra-cabeças inexistente, descrevendo um quadro rico em labirintos conspirativos dignos de Agatha Christie".
.
Sem comentários:
Enviar um comentário