Macau, China, 20 Out (Lusa) - O Governo timorense não desbloqueou ainda os 100.000 dólares norte-americanos (cerca de 79 mil euros) doados pela Fundação Macau para enviar 66 toneladas de ajuda humanitária para Timor-Leste, afirmou hoje o advogado Paulo Remédios.
Há cerca de cinco meses, no início da crise político-social em Timor-Leste, um grupo de timorenses residentes em Macau lançou, com o apoio de várias instituições - entre as quais o Consulado de Portugal e a Escola Portuguesa -, uma campanha de angariação de alimentos, medicamentos e outros bens de primeira necessidade tendo sido recolhidas 66 toneladas de bens.
Passado o tempo de recolha, os promotores da iniciativa, que tiveram o apoio do embaixador timorense em Pequim, depararam-se com dificuldades financeiras para o envio da mercadoria tendo solicitado o apoio do Governo de Macau que, através da Fundação Macau, doou 100.000 dólares norte-americanos (cerca de 79 mil euros) já entregues ao Governo timorense.
Apesar do dinheiro já ter sido depositado, o Governo liderado por José Ramos Horta não desbloqueou a verba necessária ao pagamento do frete marítimo entre Macau e Díli.
Em declarações ao diário Macau Post Daily, Paulo Remédios garantiu que o primeiro-ministro timorense lhe disse estar autorizado a levantar o dinheiro para pagar as despesas necessárias mas a ministra das Finanças disse não ter ainda recebido qualquer documento oficial do primeiro-ministro a autorizar o levantamento.
Entretanto, cinco meses depois, os bens recolhidos em Macau e doados pelos residentes continuam armazenados e sem chegarem ao destino - as populações deslocadas em Timor-Leste, apesar do Governo de Macau ter já entregue o dinheiro necessário para fazer sair a mercadoria.
Paulo Remédios, que deverá chegar a Díli nos próximos dias, espera conseguir desbloquear rapidamente a situação durante a estada na capital timorense, onde se desloca regularmente já que tem a seu cargo a defesa de vários dos envolvidos na recente crise timorense, como o ex-ministro do Interior timorense Rogério Lobato, do major Alfredo Reinado e do comandante Abílio Mesquita "Mausoko".
JCS-Lusa/Fim
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