O ex-ministro do Interior timorense Rogério Lobato, detido por alegada distribuição de armas a civis e tentativa de revolução, entre outros crimes, foi formalmente acusado pelo Ministério Público, disse hoje à Lusa fonte judicial.
A fonte, que solicitou o anonimato, acrescentou que Rogério Lobato foi acusado, designadamente, dos crimes de tentativa de revolução, de peculato e de posse e distribuição ilegal de armas.
Entre as acções cujas responsabilidades são imputadas ao ex-ministro, que pediu a demissão a 1 de Junho e desde 22 do mesmo mês se encontra em prisão domiciliária, conta-se o massacre de nove polícias timorenses, ocorrido a 25 de Maio em Díli, às mãos de militares.
A fonte contactada pela Lusa adiantou que relativamente ao mesmo processo, de distribuição de armas a civis, as investigações sobre o antigo primeiro-ministro Mari Alkatiri «vão prosseguir».
Mari Alkatiri foi ouvido até agora uma única vez pelo Ministério Público, no passado dia 20 de Julho.
Desfecho diferente neste caso teve Eusébio Salsinha, ex-chefe de gabinete de Rogério Lobato, cujo processo o Ministério Público decidiu arquivar por «falta de provas».
O homem que está na origem da abertura do processo contra Lobato e Alkatiri, o veterano da luta de resistência contra a ocupação indonésia Vicente da Conceição «Railos» figura com o estatuto de testemunha.
Mari Alkatiri foi acusado por «Railos» de ter ordenado a Rogério Lobato que procedesse à distribuição de armas para a eliminação de adversários políticos, dentro e fora da FRETILIN, partido maioritário em Timor-Leste, de que é secretário-geral.
Diário Digital / Lusa
20-09-2006 8:22:00
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