segunda-feira, setembro 04, 2006

Ramos-Horta elogia Alkatiri pelas negociações petrolíferas com Austrália

Díli, 04 Set (Lusa) - O primeiro-ministro de Timor-Leste, José Ramos-Horta, elogiou hoje o trabalho feito pelos governos do seu antecessor, Mari Alkatiri, na negociação com a Austrália sobre o petróleo do mar de Timor.

"Foi um trabalho bem-feito", disse Ramos-Horta no final da terceira cimeira trilateral de cooperação dos ministros dos Negócios Estrangeiros da Austrália, Indonésia e Timor-Leste.

O primeiro-ministro referia-se ao acordo para a partilha das receitas petrolíferas do Mar de Timor, que Timor-Leste e a Austrália assinaram em Janeiro deste ano.

O acordo foi negociado ao longo de dois anos e meio pelo então primeiro-ministro Mari Alkatiri.
O documento estipula a partilha em partes iguais das receitas provenientes de reservas petrolíferas daquela zona, que ascendem a cerca de 30 mil milhões de dólares (25 mil milhões de euros).

No âmbito do acordo, os dois países também concordaram em suspender por um período de 40 a 50 anos a demarcação definitiva da fronteira marítima.

Na declaração que então fez à imprensa, Mari Alkatiri reconheceu a dureza das negociações encetadas com a Austrália.

"Foi uma negociação longa, por vezes feitas através da imprensa, por via diplomática e politica e também com murros na mesa.

Todos os que acompanharam o processo de negociações tiveram oportunidade de ver que houve trocas de tudo entre Timor-Leste e a Austrália, a todos os níveis", salientou".

O acordo alcançado com a Austrália não teve reflexos na chamada zona conjunta de exploração petrolífera, em que Timor-Leste recebe já 90 por cento das receitas, e a Austrália os restantes 10 por cento, e que poderá render nos próximos 10 a 20 anos cerca de 14,5 mil milhões de dólares (12 mil milhões de euros) para Timor-Leste.

No final da cimeira tripartida que decorreu hoje em Díli, a primeira que se realiza em Timor-Leste, os lideres das delegações também salientaram a importância da cooperação regional, que tem vindo a ser aprofundada.

Uma fonte governamental timorense tinha declarado na semana passada à Lusa que no decorrer da reunião, à porta fechada num hotel em Díli, as delegações abordariam as questões da segurança interna, a missão das Nações Unidas, as eleições de 2007, bem como a cooperação económica e a cooperação na área da segurança.

JCS.

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