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5 de Setembro de 2006 - 14h07
Pelo menos mais 650
05.09.2006 - 10h37 Lusa
O Governo da Austrália afirmou hoje que o restabelecimento e a manutenção da segurança e da ordem em Timor-Leste dependem da chegada de mais capacetes azuis ao território.
O Conselho de Segurança da ONU aprovou a 25 de Agosto uma resolução que criou a Missão Integrada da ONU em Timor-Leste (UNMIT, na sigla em inglês), com o objectivo de restabelecer a normalidade no país, com um mandato inicial de seis meses e composta por 1608 polícias e 34 militares.
O ministro dos Negócios Estrangeiros australiano, Alexander Downer, declarou hoje à rádio australiana ABC que o seu país defende a manutenção em Timor-Leste de pelo menos mais 650 militares.
"Creio que necessitamos de soldados que possam actuar e solucionar os problemas. Do nosso ponto de vista, deveríamos manter [em Timor] 650 militares juntamente com os dos outros países", disse Downer.
O ministro disse também que as regras de intervenção da ONU em Timor-Leste deveriam ser semelhantes às das forças australianas.
"Não queremos que numa situação de emergência os militares tenham de comunicar com Nova Iorque [sede da ONU] e pedir a aprovação dos funcionários para fazer o que for preciso. Deveriam poder fazer o seu trabalho de forma rápida e eficaz", sublinhou Downer.
O chefe da diplomacia australiana considerou que está bem informado sobre a situação no terreno em Timor-Leste, uma vez que na segunda-feira participou em Díli numa reunião tripartida com os seus homólogos indonésio, Hassan Wirayuda, e timorense, José Luis Guterres.
Os três ministros acordaram em cooperar para que Timor-Leste consiga restabelecer a paz e a estabilidade no seu território, bem como cooperar no estabelecimento de relações comerciais e na luta contra ameaças de segurança regionais, como o contrabando e a imigração ilegal.
Downer confirmou também que falou em Díli com o comandante da Polícia Federal australiana, Steve Lancaster, que o informou de que os confrontos entre grupos nas ruas da capital de Timor-Leste são comuns.
Timor-Leste viveu este ano a sua pior crise desde a independência, em Maio de 2002, com uma onda de violência que fez pelo menos 30 mortos e que levou o Governo timorense a pedir o envio de contingentes militares e policiais a Portugal, Austrália, Malásia e Nova Zelândia.
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